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Números da CNA não refletem a realidade da avicultura brasileira

A realidade é que, quando se trata de avaliar tendências e perspectivas do setor avícola, a CNA desenvolve essa responsabilidade “en passant”


Nacionalmente respeitada por sua intransigente defesa da agropecuária brasileira, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) parece não dar a devida importância para a avicultura brasileira. Ou será que é a avicultura brasileira que não dá a devida importância à CNA?


A realidade é que, quando se trata de avaliar tendências e perspectivas do setor avícola, a CNA desenvolve essa responsabilidade “en passant”, ou seja, superficialmente. Isso pode ser comprovado, por exemplo, nas mais de 100 páginas do alentado “Perspectivas da agropecuária para 2012”, trabalho recém-divulgado.

Nele a única referência ao frango (não há menção à avicultura de postura ou ao ovo) ocupa não mais que um parágrafo, no qual apenas se cita que desde 2004 o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, existindo estimativas, do Ministério da Agricultura, de que o País “se torne o segundo maior produtor em 2014, atrás apenas dos EUA”. E, além de mencionar que a avicultura brasileira é referência em tecnologia, melhoramento genético, manejo, alimentação adequada e produção integrada de aves, o trabalho - observando que hoje o Brasil responde por 40% das carnes avícolas comercializadas internacionalmente – acrescenta que “projeções indicam que em 2019 a carne de aves nacional ocupará 90% do total”.

Mas é nos dados estatísticos (nos quais a avicultura brasileira é pródiga) que o distanciamento é visivelmente maior. Assim, por exemplo, o trabalho aponta que enquanto a suinocultura deve crescer 3,1% neste ano, “a produção da avicultura (leia-se: carne de frango) deve ter um aumento em torno de 20%”. Um exagero cometido não porque as previsões para este ano sejam excessivas, mas por absurda defasagem dos dados de 2010, como mostra o gráfico abaixo, retirado do “Perspectivas da Agropecuária para 2012”.


Já que a CNA dispõe de uma Comissão Nacional de Aves e Suínos, será que não é chegado o momento de a avicultura brasileira oferecer melhor assessoria àquele órgão? Isso só faria enriquecer ainda mais proficiente trabalho da Confederação em prol da agropecuária brasileira.

Clique aqui para acessar a íntegra de “Perspectivas da Agropecuária para 2012”.



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