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Nutron busca crescer além da média nacional do setor

Empresas de nutrição animal apostam no crescimento dos setores de aves, suínos e bovinos


O mercado prevê em cinco anos um aumento de 30% a 40% na produção de carnes do Brasil. Diante desse cenário, empresas de nutrição animal apostam no crescimento dos setores de aves, suínos e bovinos e investem em tecnologia e serviços. Segundo Cidinei Miotto, diretor comercial da Nutron Alimentos, para cada segmento da produção, a empresa deve crescer o dobro em 2010. Dados da Nutron, que pertence ao grupo holandês Provimi, apontam um aumento no volume de carne bovina produzida este ano de 7%, de suínos 5% e aves 3%. "A previsão é dobrar nosso crescimento, que é puxado pela produção", afirma Miotto.

De acordo com Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a estimativa inicial de crescimento do setor entre 5% e 10%, em 2010, pode ser reduzida a 3,5%. "Caso não haja reação na taxa cambial e os índices inflacionários levem o Banco Central a subir ainda mais a taxa de juros, a expansão será menor", diz Zani.

Além da Nutron, as gigantes Nutreco, também holandesa, a norte-americana Cargill e a francesa Evialis detêm 60% do mercado de nutrição animal do País.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de ração. Os Estados Unidos e a China ocupam respectivamente a primeira e segunda posição.

Para este ano, o Sindirações estima uma produção de ração nacional de 62,4 milhões de toneladas, um incremento de 6,85% se comparado ao volume de 2009. Deste montante, 33,39 milhões de toneladas serão destinadas à avicultura, 15,94 milhões de toneladas à suinocultura e 7,28 milhões de toneladas à pecuária.

O grupo Provimi, presente em mais de 30 países, tem capital controlado pelo fundo private equity britânico Permira. No curto prazo, o grupo espera dar um salto de 7% para 10% sua participação no mercado mundial de nutrição animal. "O Brasil e a América Latina são potencial de crescimento para o grupo", comenta Miotto.

Em 2009, o faturamento da Provimi somou US$ 2,71 bilhões. Com as previsões de crescimento, a receita da Nutron pode aumentar 15% em 2010, chegando a R$ 500 milhões.

De acordo com o diretor da Nutron, as consolidações são tendência no setor de nutrição animal, já que o Brasil depende do mercado de produção de insumos chinês. "Quanto maior a empresa mais facilidade de acesso ao mercado externo", diz.

Segundo o diretor, a compra de vitaminas, antibióticos e aditivos da China é necessária porque o custo de produção é menor e as leis são mais flexíveis no País.

De acordo com o vice-presidente da Sindirações, o maior custo de qualquer produção é destinada à alimentação animal, o que representa entre 65% e 70% das despesas.

Para o gerente de formulação e avicultura da brasileira Guabi, também uma das maiores do segmento, João Carlos de Angelo, o setor de avicultura tem grande potencial de crescimento, principalmente no mercado externo, mas como Zani, acredita que o momento é de cautela. "As exportações, que respondem por cerca de 30% da produção nacional, é influenciada pelo câmbio", diz.

Pautado pelo consumo de 41 quilos per capita de carne de frango no Brasil, Zani considera que a avicultura tem menos potencial de avanço no mercado interno. "Já o suíno tem crescimento mais elástico, inclusive se olharmos para a demanda mundial", diz, lembrando que o avanço no consumo interno de um ocorre em detrimento de outro.

No entanto, para Zani, o Brasil ainda precisa de ajustes em toda cadeia produtiva para se tornar o maior fornecedor de alimento do mundo. "Somos os únicos capazes de suprir essa demanda, mas precisamos de soluções em logística e preços mínimos seguros."

Comunicação

A Nutron, em parceria com a Elanco e a Serrana Nutrição Animal, lançaram dois canais de comunicação de acesso gratuitos a toda cadeia de agronegócio: a revista e o portal NT (Nutrition for Tomorrow).

A ideia, de acordo com Celso Mello, presidente da Nutron, é levar soluções em nutrição animal para o aumento da produtividade do País. "O objetivo é mostrar ao produtor como produzir mais com menos", diz.

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