O que esperar dos preços das culturas na Argentina?
Em relação ao trigo, a notícia é que a China comprou ativamente dos Estados Unidos
Foto: Agrolink
Na semana anterior à posse de Javier Milei, o mercado gerava poucas operações e os preços eram muito erráticos devido ao baixo volume. Dante Romano, professor e investigador do Centro de Agronegócios e Alimentação da Universidade Austral, estima que os produtores agrícolas esperam o aumento da taxa de câmbio , bem como a manutenção dos direitos de exportação e menor intervenção no comércio.
Já o mercado internacional está focado na soja brasileira. “Os Estados Unidos não conseguiram aumentar as reservas, embora as tenham mantido semelhantes às do ano passado. O problema é que a semeadura e o estado das lavouras estão em xeque por falta de chuvas”, afirma Romano.
“As projeções tanto do USDA quanto da CONAB continuam acima da produção do ano passado, e as privadas em níveis semelhantes. Isso resultaria em preços mais baixos do que no ano passado. De qualquer forma, o final está aberto. Depende das chuvas de dezembro.”
Um fato que chama a atenção do especialista da Universidade Austral é que não há menção ao milho “onde os Estados Unidos aumentaram os estoques, mas o que faz o Brasil, que é o maior exportador, é crucial. A semeadura tardia da soja e a baixa margem do milho podem levar a uma redução significativa na produção.”
Em relação ao trigo, a notícia é que a China comprou ativamente dos Estados Unidos. Para Romano, o panorama internacional pode gerar boas chances para o nosso país, por isso considera importante não ter pressa . “E no trigo com pouco saldo exportável, e expectativa de menor intervenção no mercado, vale a pena adiar a comercialização para ver o efeito MERCOSUL. No milho, o milho precoce continuará sendo procurado devido ao consumo e o milho tardio poderá ter uma perspectiva diferente caso haja uma falha no Brasil. Lá mudamos o visual e agora recomendamos esperar ”, recomenda Romano.
