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O traçado do agronegócio

Uma nova era revela-se para o agronegócio paranaense


Um novo tempo começa para o setor, que pede investimentos antigos com um olhar para o futuro; novo secretário afirma que pretende alavancar o setor

Uma nova era revela-se para o agronegócio paranaense. Nova administração no governo estadual e desafios que se misturam entre o ar novidadeiro e questões que há anos desgastam o processo produtivo do Estado, todas na ponta da língua de quem faz o setor: falta de infraestrutura adequada para escoamento da produção, falta de políticas condizentes com a produção de grãos, reforço da vigilância sanitária, investimentos em pesquisa e tecnologia.

As expectativas são grandes de ambas as partes. De um lado produtores de todas as cadeias confiantes na nova administração. De outro o recente comando empossado na Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) com planos bem esquematizados.

Para Florindo Dalberto, novo presidente do Iapar, o principal é tentar resolver questões 'pendentes', mas com um olhar futurista. ''A agricultura está entrando em uma nova era, a do conhecimento. E o Paraná não pode ficar fora disso'', afirma Dalberto. E na opinião dele, não se pode pensar em tecnologia do futuro, sem pensar na pesquisa. ''Problemas com pesquisa em biotecnologia devem ser superados. Produtores devem colocar suas ideias mais abertamente e interagir com outros países'', frisa o presidente do Iapar.

Confiante na nova administração, ele acredita na realização de duas metas do novo governo para o setor: a desconcentração do desenvolvimento e a inovação com sustentabilidade (em toda a cadeia). ''Isso é fundamental para o Paraná se manter competitivo. O conhecimento, a pesquisa, a inovação serão determinantes já que não muito longe o Estado chegará no seu esgotamento natural de área para produzir'', destaca Dalberto.

Amélio Dall'Agnol, chefe de comunicações e negócios da Embrapa Soja, em Lodrina, também ressalta a importância de um olhar diferenciado para a pesquisa, sem ignorar ou se posicionar contra tecnologias que têm dominado o mundo. Entre elas, os transgênicos. Ele lembra que o posicionamento da administração anterior - contra os transgênicos - acabou prejudicando o Porto de Paranaguá, por exemplo.

''Nosso porto ficou fechado para a exportação desses materiais e as cargas tiveram que ser encaminhadas a outros portos'', lamenta, frisando que cerca de 70% da soja produzida atualmente no mundo é transgênica. ''Cada vez mais o produtor precisa se envolver com essa tecnologia''.

Transformação

O novo secretário da agricultura, Norberto Ortigara, adianta que na pauta da secretaria está transformar o Estado competitivo em novas cadeias e negócios. Nesse sentido, o foco é fortalecer a pesquisa agrícola. Na opinião dele, o Iapar cresceu pouco nos últimos anos, ficou apático.

''E isso não pode acontecer com um órgão que sempre contribuiu com o setor, se destacou em pesquisas e gerou soluções para as questões do agro'', diz. Sobre os recursos que serão aplicados para alavancar o instituto, Ortigara comenta que o problema do Iapar nunca foi recurso e sim gestão.

Ainda sobre o incentivo à pesquisa, o novo secretário afirma que a administração atual não vai tratar a tecnologia como questão ideológica. ''A ciência avança, a tecnologia avança e temos que estar a par de tudo'', observa. Quanto aos transgênicos, serão liberados materiais autorizados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). ''Teremos cuidado para liberar variedades. Mas o mais importante é a posição do produtor. Se o mercado rejeita, ele é o primeiro a perceber e deixar de produzir. O contrário também''.

‘‘A tec­no­lo­gia da agri­cul­tu­ra es­tá num pro­ces­so mui­to avan­ça­do, tem que es­tar aces­sí­vel e o pro­du­tor pre­ci­sa ter o di­rei­to de uti­li­zá-­la’’, rei­vin­di­ca o pro­du­tor Ade­mir De­pie­ri

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