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Os desafios na produção agrícola na última década e um novo impulso regulatório podem estar preparando o terreno para a eventual introdução nos Estados Unidos de trigo biotecnologicamente modificado moído para farinha para uso doméstico em alimentos. Desenvolvimentos recentes para a introdução de trigo geneticamente modificado ocorrem cerca de 10 anos após o impulso anterior para a comercialização, e muita coisa mudou desde então. Menos agricultores que podem escolher suas colheitas com base em seu clima e geografia estão optando por cultivar trigo. Vários anos de safra tiveram rendimentos reduzidos por seca severa.
Desinformação, incluindo ataques não científicos a plantações de bioengenharia, tornaram-se mais prevalentes à medida que a era da mídia social atingiu a maturidade. E por mais de um ano, os mercados de grãos foram desestabilizados pela guerra entre dois grandes exportadores globais. Embora a resistência a insetos e herbicidas possa ser características desejáveis para o trigo GM, o foco atual é a tolerância à seca após vários anos de safra, onde a falta de precipitação prejudicou a produtividade e elevou os níveis médios de teor de proteína mais altos do que a maioria dos moinhos prefere para suas moagens.
A Bioceres Crop Solutions, fabricante argentina de tecnologias de produtividade agrícola fundada em 2001, criou uma variedade de trigo GM tolerante à seca. A empresa disse que sua tecnologia de tolerância à seca HB4 provou aumentar a produção de trigo em condições de escassez de água em 20%, em média. O HB4 foi aprovado para importação pela Argentina, Brasil, Colômbia, Austrália, Nova Zelândia e Nigéria para uso em alimentos e rações. Mas apenas dois países, Argentina e Brasil, estão autorizados a produzir trigo transgênico. A empresa está buscando aprovação na Austrália para liberar o HB4 para plantio em 2023.
O cronograma para a determinação do USDA da aplicação da Bioceres para permitir o cultivo de HB4 não é claro, disse Jane DeMarchi, presidente da North American Millers' Association. “O USDA estabeleceu novos regulamentos nos últimos anos, e este é o primeiro produto de trigo a passar por esse processo”, disse ela. “Esperamos que isso aconteça este ano. O fato de o FDA ter dito que não há preocupações de segurança alimentar com o projeto é um bom passo que a Bioceres já deu.”
