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O vilão da soja

Quando os percevejos atacam nas vagens, os prejuízos podem ultrapassar 30% da produção


Os percevejos são considerados pelos produtores como uma das principais pragas da cultura da soja, ficando somente à frente as famintas lagartas. A ação desses insetos ameaça a produtividade e reflete nos lucros dos empresários do agronegócio. Durante a alimentação, o percevejo suga a seiva dos ramos, hastes e vagens, injetando toxinas e inoculando fungos, que causa prejuízos à saúde da planta.

Quando os percevejos-da-soja atacam, os resultados são grãos menores, enrugados e com menor peso. Os danos variam conforme o estágio que a planta se encontra. A praga pode causar avaria não só no grão, mas também o abortamento de vagens e ocasionando distúrbios na soja.

Segundo a Fundação Mato Grosso, quando os ataques dos percevejos ocorrem nas vagens, os prejuízos podem ultrapassar 30% da produção. Já quando os danos estão nos grãos para semeio, a taxa de germinação chega a diminuir 50%.

São vários os tipos de percevejos que atacam a cultura da soja, como o percevejo-verde-pequeno, percevejo-marrom e o percevejo-da-soja. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso, Aprosoja, as sojas transgênicas não estão a salvo da praga.

O superintendente institucional da associação, Nery Ribas, ressalta que monitoramento da plantação é fundamental, pois a partir de amostragens no campo é que se pode verificar a presença da praga. A prática mais conhecida para o monitoramento é a de “panos de batida”.

Dependendo da quantidade de percevejos encontrada durante o monitoramento é que deverá ser realizado o controle. Caso diagnosticada a presença de diferentes percevejos, as ferramentas de combate são as mesmas. O produtor tem a opção do uso de inseticidas ou liberar inimigos naturais, como os que parasitam os ovos dos percevejos. Nas propriedades extensas de Mato Grosso, a utilização de inimigos naturais é inviável.

O produtor que optar por químicos deve ser cauteloso, principalmente com a rotação entre os inseticidas, que visa bloquear a resistência contra o produto, e na dosagem para não causar desequilíbrios ambientais. Percevejos já possuem resistências ao produto endosulfan.

INSETICIDAS

Mato Grosso enfrenta outro ponto crítico no combate contra o percevejo. A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, proibiu a comercialização do endosulfan a partir de 31 de julho de 2012. O mesmo ocorre com o metamidofós, que será proibido em 30 de junho de 2012.

Para Nery Ribas, a proibição pegou de surpresa os agricultores, pois o uso do metamidofós era prático, eficaz e barato. A agência recomenda a utilização de produtos à base de: ciclodienos, organofosforados, piretroides e neonicotinoides.

O reflexo dos danos é visualizado no momento da colheita, em que o produtor retira o seu produto e leva a uma unidade armazenadora. Toda soja é analisada para registrar a umidade, impurezas, e claro, picadas de per           cevejos.

Quando não tratada antecipadamente, sem realizar o manejo integrado de pragas, atividade aconselhada pela Aprosoja, o empresário perde a produtividade, gasta com o controle, e ainda, ocorre descontos ao vender o produto, isso quando o grão apresenta danos acima dos limites aceitos.

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