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OCDE revela que agricultores recebem apenas 25% dos subsídios


Os países industrializados gastaram US$ 235 bilhões com subsídios agrícolas em 2002, o que teoricamente garantiu 31% da renda de seus agricultores. No entanto, de cada dólar de subsídio, só 25% chega às mãos dos agricultores, pelas estimativas de economistas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "Ao invés de ir para os agricultores, boa parte de subsídios acaba inflando preços de terras e beneficia principalmente os agricultores que são ricos e não precisam realmente deles", disse um funcionário da entidade.

Conforme o estudo da OCDE, nos seus 30 países-membros os agricultores tinham em 2002 a garantia de venderem seus produtos nos mercados domésticos com cotações 31% acima dos preços mundiais. As subvenções mais distorcivas ao comércio (ajuda ligada à produção) declinaram de 90% para 75% da ajuda total, mas seguem causando estragos nos negócios de outros parceiros competitivos como o Brasil.

Os subsídios representam 60% da renda de um agricultor no Japão, na Coréia do Sul, na Islândia, na Noruega e na Suíça, entre 35% e 21% na União Européia e nos EUA e menos de 10% em Austrália e Nova Zelândia. As commodities mais subvencionadas são arroz (81%), açúcar (47%) e leite (46%), segundo a OCDE. A entidade não calcula subsídios ao algodão. Sabe-se que, nos EUA, as subvenções para 25 mil produtores, a maioria ricos, chegou a US$ 12,5 bilhões entre 1999 e 2003, para uma colheita avaliada em US$ 13,9 bilhões - ou seja, a 89,5% do total.

No açúcar, as subvenções alcançaram US$ 5,3 bilhões, ou 48% da receita dos produtores em 2002. As subvenções na UE alcançaram US$ 2,45 bilhões (49% da receita); nos EUA, US$ 1,18 bilhão (55%). Quanto aos subsídios a exportação, que estão em declínio, a UE concede 90% do total entre os membros da OCDE.

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