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Ocupações das APPs preocupam também em Sorocaba


Como forma de trazer as determinações do novo Código Florestal, que tramita na Câmara dos Deputados, para a realidade de Sorocaba, os profissionais da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e o coordenador do curso de Gestão Ambiental da Uniso, Nobel Penteado de Freitas, revelam que os problemas cairiam, certamente, nas ocupações de Áreas de Preservação Ambiental (APPs), que muitas vezes são consideradas de risco, por estarem muito próximas de cursos d"água ou em encostas. "A realidade da maioria das cidades mundiais e brasileiras - e Sorocaba não é diferente da maioria - ocuparam as áreas de APP desde sua formação", relata Freitas, fazendo menção aos relatos históricos, que mostram que as famílias, ao se instalarem em determinados locais antigamente, procuravam estar perto de rios, por oferecerem uma maior facilidade na hora de conseguir água para beber ou para outras formas de utilização.


A Prefeitura de Sorocaba chegou a se mobilizar nos últimos tempos a respeito disso, com a criação de debates em torno da implementação de um Plano Diretor Ambiental, que deverá identificar as áreas de risco da cidade, para evitar que haja ocupações que podem resultar em tragédias, além de demonstrar as melhores formas de utilização do solo sorocabano. "A gente percebe que o município de Sorocaba, com essa iniciativa de fazer o Plano Diretor Ambiental, se norteia, claramente, com essa sugestão mais crítica, então fica mais difícil do ponto de vista técnico haver novas ocupações, que são problemas que afetam todo mundo", afirma a secretária de Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho.


Sem problemas

Os ambientalistas vem enfrentando um embate com o setor agrícola nas discussões em torno do Código Florestal, pois acreditam que as determinações estão favorecendo o lado dos produtores. Porém em Sorocaba isso não existe, como diz o diretor de Gestão Ambiental da Sema e membro do Conselho Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Vidal Mota Júnior. "Sorocaba é caracterizada por ter pequenos agricultores e eles são muito conscientes sobre a questão ambiental. Eles sabem que se tirar a mata ciliar perto do corpo d"água de sua propriedade, ele vai ficar sem água, portanto inviabiliza a sua produção", revela.


Mas Jussara alerta que o maior percalço enfrentado em Sorocaba tem sido com o setor imobiliário. "Os setores imobiliários, assim como os arquitetos, não estão ainda, devidamente, conscientes de que o nosso município deva se voltar ao meio ambiente, para garantir uma qualidade de vida. Temos que estar atentos à hipermeabilização do solo, à arborização...", ressalta. A secretária da Sema diz que os representantes desse setor deviam perceber que, ao mesmo tempo em que ajudam a preservar as espécies de mata nativa que existem nos terrenos em que os empreendimentos serão construídos, eles acabam fazendo com que fiquem mais "bonitos" aos olhos de quem compra. "Mas essa consciência ainda não existe", conclui Jussara. (A.M.)

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