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Oferta de gado pode crescer acima de 19%, graças ao milho

Estimativa não está fechada, mas MT vai bater seu recorde


Estimativa não está fechada, mas revela cenário em que MT vai bater seu recorde

O confinamento de bovinos, em Mato Grosso, deve crescer acima de 19%, superando a média projetada para a atividade no país. Conforme levantamento preliminar do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), se confirmada, a evolução anual fará o sistema estadual de engorda intensiva superar o volume de mais de 1 milhão de animais confinados, um recorde, ante os 880 mil contabilizados no ano passado. Nesse ritmo, o confinamento em Mato Grosso terá a mesma proporção do rebanho bovino, o maior do Brasil.


A projeção positiva está alicerçada na safra de milho, que entre a previsão inicial e a última estimativa revista no início da semana pelo Imea, mostra incremento de 10%, ao passar de 13,29 milhões de toneladas para 14,64 milhões. A generosa oferta do cereal deve sustentar e promover a atividade em Mato Grosso neste ano, já que o cereal é uma das principais matérias-primas utilizada na ração animal.

Como frisam as entidades, as estimativas ainda não foram fechadas, mas presume-se que o aumento do número de animais confinados no Estado, em 2013, fique acima da média nacional, prevista para crescer 19,6%. No ano passado foram confinados no Brasil, 3,4 milhões de cabeças, sendo Goiás o primeiro do ranking, com 1 milhão de cabeças, conforme dados da Assocon. O assunto foi debatido ontem, em Cuiabá, durante o seminário “Perspectivas para o confinamento em 2013 em Mato Grosso”, realizado pela Assocon com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

Segundo o Imea, o preço futuro do milho para o mês de maio deste ano deve ficar em torno de R$ 10 a saca, ou seja, 12,3% menor do que o registrado no mesmo período de 2012, R$ 11,40. A alimentação é responsável por 80% dos custos de um confinamento. A ração básica utilizada para alimentar o gado é composta por 16% de caroço de algodão, 47% de milho e 5% de farelo de soja.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini, o aumento do confinamento no Estado é natural, já que a pecuária vem cedendo área para a agricultura e o número do rebanho, 29 milhões de cabeças, o maior do país, não deve se alterar. “O ano passado não foi muito bom para o confinamento, pois, mesmo com a grande safra de milho, o aumento das exportações fez com que o produto ficasse escasso e mais caro no mercado interno e muitos pecuaristas reduziram o rebanho confinado ou até mesmo deixaram de confinar. Já neste ano, o cenário é diferente. A produção de milho de Mato Grosso deve ser de 14,64 milhões de toneladas, porém, as exportações devem diminuir, o que fará com que o mercado fique bem abastecido, reduzindo a concorrência pelo cereal. Mesmo assim o produtor precisa fixar melhor o preço futuro do boi, já que é necessário fazer um investimento grande, então não se pode correr muitos riscos”, aconselha Romanini.


Outro ponto que deve ser levado em consideração pelos produtores na hora de optar pelo confinamento é o aumento no preço do caroço de algodão. Em julho do ano passado, mês em que o produto fica disponível no mercado, o preço da tonelada do caroço de algodão era de R$ 247. Para este ano, a estimativa do Imea é de que o valor fique em torno de R$ 478, alta de 74,5%. “Neste ano, Mato Grosso deve colher 982 mil toneladas de caroço de algodão, volume 42% inferior ao ciclo passado. Por conta disso, o caroço de algodão também ficará mais caro. Uma opção para o produtor é aumentar o volume de farelo de soja utilizado na ração”, comenta o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, que apresentou no evento a palestra “O mercado de grãos, farelos e de animais de reposição em Mato Grosso”.

O diretor regional da Assocon, Alberto Pessina, explica que 2012 foi um ano muito difícil para o confinador. “Houve aumento nos custos das rações em meados de julho, o que acabou desencadeando mais incertezas para este ano. É preciso ser mais criterioso. Muitos produtores preferem esperar até meados de maio para decidir quantos animais vão confinar no ano”, avalia Pessina. (Com assessoria)

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