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Oficina sobre Pacto Pela Nova Ater reúne Sead e extensionistas

O pacto pela nova Ater foi assinado no início desse mês


A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) participou, na manhã desta terça-feira (25), de uma oficina junto a outros órgãos ligados a extensionistas rurais para discutir a operacionalização do pacto pela nova Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), em vista do trabalho que será desenvolvido pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). O evento aconteceu no Instituto São Boa Ventura, em Brasília. 

No encontro estiveram presentes o secretário da Sead, José Ricardo Roseno, o presidente da Anater, Valmisoney Moreira Jardim, o presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Argileu Martins, e o coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores de Ater do Setor Público Agrícola do Brasil (Faser), Carlos Carvalho. Além deles, extensionistas de oito estados mais o Distrito Federal, primeiros a receber o projeto piloto do novo pacto, também participaram da oficina.

O pacto pela nova Ater foi assinado no início desse mês, com o objetivo de que a Sead, por meio da Agência Nacional, consiga repassar recursos diretamente às empresas públicas de assistência técnica e extensão rural do Brasil. Esses recursos esses pretendem fortalecer e melhorar os serviços desenvolvidos em prol da agricultura familiar e os primeiros estados a serem beneficiados serão Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo mais o Distrito Federal. 

Durante o discurso, o secretário José Ricardo Roseno destacou que “a relação com os extensionistas e com os movimentos sociais é muito importante para que no futuro as políticas públicas voltadas para Ater possam continuar existindo”. Sobre o novo pacto, Roseno ressaltou que “é a Ater que leva o conhecimento ao agricultor e é comprovado pelo último Censo Agropecuário que o agricultor que recebe assistência tem renda quatro vezes maior do que aquele que não recebe. Assim fortalecer essa política pública é sinônimo de crescimento econômico, de inclusão”.

A programação da oficina contou com apresentações sobre a Nova Ater da Anater, debates e trabalhos de grupo. Os temas discutidos foram a Consolidação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural e o Fortalecimento da Ater Pública junto ao dos trabalhadores que prestam esse serviço. 

O presidente da Anater, Valmisoney Moreira Jardim, durante sua fala, também reforçou a importância do evento e reafirmou o compromisso de construir uma Agência pensada em conjunto com as instituições ligadas aos extensionistas. “Precisamos dessa parceria para que a nossa instituição cumpra realmente o seu papel. Foi assinado, no dia 5 desse mês, o pacto pela nova ater. Assim, fizemos a nossa primeira ação para atender 10 mil famílias, mas o plano é que já no próximo projeto sejam atendidas 200 mil”. 

Segundo o coordenador-geral da Faser, Carlos Carvalho, existem cerca de 16 mil técnicos de ater em todo o país e entre muitos papeis que desenvolvem, um dos principais é ajudar o agricultor familiar no acesso às políticas públicas para a categoria. “Esse evento de hoje discute especificamente a Anater. É a oficina principal com relação ao novo pacto de Ater, pois no nosso entendimento é fundamental que o conjunto de extensionistas do país conheça e entenda esse instrumento que vem para fortalecê-la. A Ater é a principal política que faz com que as demais políticas cheguem aos rincões desse Brasil”, reforçou Carvalho. 

Técnicos

Extensionista há 16 anos na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Rio Grande Sul, Juliano Porsch, explica que na visão dele “o novo pacto é importante no sentido de viabilizar e reforçar a atuação das entidades públicas de Ater”. No estado em que trabalha existem 2200 funcionários que prestam assistência a mais de 220 mil famílias de agricultores familiares. Um número que equivale a quase 30% do quantitativo que o estado possui dessa categoria de lavradores. 

Para o extensionista é necessário que pelo novo pacto sejam reforçadas ações que respeitem “os marcos legais que foram construídos ao longo desses 60 anos de atuação de Ater no país. Uma Ater que trabalhe no sentido de ser uma diminuidora no uso de agrotóxicos, que valorize a questão de trabalhar os contextos locais, a comercialização por meio de cadeias curtas, entre outras coisas”. 

A visão do extensionista Manoel Saraiva do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) não é diferente da de Porsch. Saraiva acredita que o pacto pode vir a ser um bom instrumento para uma necessária “reestruturação, requalificação e até mesmo contratação de técnicos agrícolas”. 

Há 22 anos trabalhando nos serviços de Ater, principalmente voltados para pesquisas de melhoramento genético de feijões, ele reforça que o setor tem um grande desafio. “48% dos 5 bilhões de agricultura familiar não recebem nenhum tipo de assistência técnica. Em Pernambuco, o desafio é muito grande. Nós temos 275 mil estabelecimentos de agricultura familiar e ao longo dos anos nós nunca conseguimos chegar a 50%. Esperamos conseguir aos poucos”, comenta o técnico. 

 

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