Olivais brasileiros podem receber cultivares importadas
A intenção é introduzir no Brasil materiais de Portugal e da Itália
A Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e o Ministério da Agricultura assinaram um termo para importação e avaliação de variedades de oliveira. Devem ser captados R$ 58,9 mil para importação, introdução e avaliação, por meio de Unidades de Observação, de cultivares de oliveiras de origem portuguesa e italiana.
A demanda partiu do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Segundo a entidade no Brasil há poucas variedades, em torno de quatro, enquanto em países tradicionais na atividade como a Itália há 600 variedades. A introdução de materiais promissores é uma das bases para programas de melhoramento. Dentre as principais demandas dos produtores estão aumento de produtividade, redução no período de alternância, resistência a pragas e qualidade do azeite.
O plano ainda prevê a estruturação de um banco de matrizes e distribuição de material básico para viveiristas. As avaliações de desempenho agronômico estão previstas para serem realizadas em quatro Unidades de Observação no Rio Grande do Sul, ainda a terem seus locais definidos, e devem resultar na seleção de cultivares com melhor adaptação às condições locais.
A Embrapa Clima Temperado realiza pesquisas em olivicultura desde 2006. Dois projetos foram responsáveis por formar Bancos Ativos de Germoplasma de oliveira, na Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e na Embrapa Clima Temperado e por elaborar o zoneamento edafoclimático da cultura no Rio Grande do Sul, documento que indica as áreas e condições mais favoráveis para o cultivo.
O trabalho também resultou em técnicas de propagação vegetativa através de estacas semi-lenhosas; recomendação de plantio de seis cultivares; técnicas de preparo e manejo do solo; identificação das principais pragas e doenças que atacam a cultura; e caracterização física, química e sensorial de azeites produzidos nos estados do RS e SC.
O Rio Grande do Sul, maior estado produtor, também conta com um Laboratório de Análises de Azeites, credenciado pelo Mapa em maio. O local realiza as análises de qualidade do azeite brasileiro ou importado, podendo ser utilizado por diversos produtores e empreendedores rurais que se dedicam à olivicultura. Em 2019 o estado produziu 180 toneladas de azeite. Para 2020, a previsão é de aproximadamente 80 toneladas, devido à problemas climáticos na floração.