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Orgânicos com qualidade e rentabilidade


Folhas vistosas e suculentas são retiradas de uma pequena propriedade e agradam paladares de várias pessoas na região de Londrina. Alface americana, crespa, lisa, tiri, roxa, chicória, rúcula, almeirão, couve e brócolis produzidas por Sebastião Paulino Proscêncio, em Ibiporã, têm, além da bonita aparência, qualidade e nenhum resíduo de agrotóxicos. A produção é orgânica e graças ao empenho e dedicação do produtor, lhe dá bons rendimentos. Toda semana, ele colhe 12 mil pés de verdura.

Sebastião é defensor ferrenho da produção orgânica. Na sua terra não entra nenhum tipo de produto químico. O solo corrigido com adubo verde e orgânico e o controle do mato feito somente com capinas resulta em verduras saudáveis e apetitosas e colocam em xeque o mito de que verduras orgânicas são feias e mirradas.

Sebastião optou pela produção orgânica há 11 anos, quando sofreu uma intoxicação ao cultivar tomate. Depois do problema sério de saúde conheceu a tecnologia do orgânico e decidiu mudar. Aí, mostrou que é persistente. ""Por um ano e meio foi só fracasso e meus filhos falaram várias vezes em desistir"", conta.

A persistência valeu e hoje a família além de comemorar boa produção e rendimento da lavoura, trabalha na propriedade. Os tratos culturais, colheita e preparo para a comercialização são feitos por seis pessoas da família. Sebastião contrata apenas um funcionário para auxiliar na plantação.

O produtor se baseia em noções básicas de preservação. ""Se a terra está fraca, a planta não se desenvolve e a praga ataca"", afirma. A preparação do adubo orgânico é feita com rigor. A cama de frango, por exemplo, é tratata por três meses antes de ser aplicada na lavoura. Dentro da propriedade, Sebastião tem a matéria prima para o controle de pragas: folhas da planta Nin e de santa bárbara depois de trituradas e viram um eficaz inseticida.

Sebastião usa outro importante conceito. ""Estou sempre de olho na roça e só uso as folhas trituradas e faço outros manejos quando é preciso"", diz. O modo de produção da família é utilizado como modelo por técnicos do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), prefeitura de Ibiporã e faculdades. ""Professores trazem alunos de agronomia para conhecer minha propriedade"", afirma.

Os produtos de Sebastião são consumidos na região de Londrina, vendidos em pequenos mercados ou comprados diretamente na propriedade. Como não possui selo de produto orgânico, os produtos são comercializados como convencionais. ""Como tenho volume grande, o preço do convencional (os orgânicos custam mais caro) garante boa renda""diz. Segundo ele, os consumidores compram porque sabem a procedência do produto. ""Tenho currículo"", afirma, acrescentando que não busca a certificação de orgânico por causa da ""burocracia"".

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