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Os resultados da viagem à Rússia

A permuta de carne por fertilizantes parece ser pouco provável, mas não descartada


Durante uma semana, representantes das cooperativas de SC e PR estiveram na Rússia. A convite do Ministério da Agricultura acompanharam o ministro Reinhold Stefanes, os Secretários, de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz e de Promoção Internacional do Agronegócio, Célio Porto, para manter contatos de interesse do setor agropecuário brasileiro. Além do setor de carnes onde se conseguiu a liberação das exportações de carnes catarinenses que estavam fechadas desde 2005, o ministério da Agricultura e a Embaixada brasileira em Moscou agendaram encontros com empresários russos do setor de trigo e de fertilizantes. O Governo Brasileiro quer estimular o intercâmbio comercial entre a Rússia e o Brasil. Quer vender mais carne e soja à Rússia e também quer ampliar a importação de fertilizantes, preferencialmente direto entre produtores e consumidores, assim como, viabilizar importações de trigo da Rússia para indústria do trigo brasileira.
 
A permuta de carne por fertilizantes parece ser pouco provável, mas não descartada. Ocorre que o comprador russo de carne, não é o fabricante de fertilizantes, e este não tem interesse na operação. Além disso, o aproveitamento de navios não é possível por ser de característica e destino a portos diferentes. Agora, o transporte de soja do Brasil para Rússia, nos mesmos navios que carregam fertilizantes, poderá ser viabilizada através da organização de um projeto que atenda os interesses logísticos dos dois lados. Estudos nesse sentido continuarão sendo desenvolvidos, com o acompanhamento de perto do MAPA e da Embaixada Brasileira em Moscou. Empresas especializadas em negócios internacionais e logística estão sendo contatadas para estudar a idéia.
 
Especificamente na área de fertilizantes, onde os representantes da Fecoagro e da Coonagro do PR participaram de visitas e contatos, foi sentido entre os empresários russos do setor que eles não se opõem em vender direto, a matéria prima, isto é reduzindo as intermediações das Traiders e multinacionais que inevitavelmente oneram o produto e o agricultor brasileiro. Entretanto, em sua totalidade das empresas visitadas, o argumento negativo é da precária infra-estrutura portuária no Brasil; os custos elevados das tarifas e impostos e a insegurança dos custos da operação que quando realizadas, via pequenos importadores, acabam repercutindo nos exportadores que são responsáveis pela contratação do frete marítimo.
 
Dessa forma, tem preferido vender para grandes empresas multinacionais, predominantemente norte americanas, que possuem estruturas mais sólidas e seguras nas importações de fertilizantes. Os russos forem unânimes em afirmar que em igualdade de tratamento comercial com os atuais compradores, estão dispostos a vender direto às cooperativas. Agora caberá às cooperativas brasileiras se organizar, se unirem e formar blocos para atingir volumes expressivos – e elas têm – para adotar uma nova postura de participação da importação de matérias primas para o processamento de Fertilizantes.
 
A Coonagro do PR, que reúne 21 cooperativas e a Fecoagro de SC, que congrega 11 cooperativas agropecuárias, deverão tomar a iniciativa de convocar outras cooperativas interessadas em estabelecer uma sistemática operacional que possa viabilizar outros tipos de negócios nessa área. Brevemente deverão se reunir para discutir o assunto. Valeu a iniciativa do MAPA que despertou a atenção que é possível inovar em busca de novas alternativas.

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