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Otimismo com a soja permanece para segundo semestre

Pode-se dizer que a comercialização da safra brasileira ocorreu a preços considerados atrativos aos produtores


Depois de alcançar recorde nas bolsas internacionais e também no Brasil, em dólar - já em real, foi o maior patamar desde 2004, apenas –, as cotações da soja tiveram um expressivo decréscimo na primeira quinzena de abril, voltando a se recuperar e estabilizar no período seguinte. Mesmo assim, pode-se dizer que a comercialização da safra brasileira ocorreu a preços considerados atrativos aos produtores.

Em abril, os preços internacionais da soja caíram em decorrência dos primeiros dados sobre a safra norte-americana 2008/09 divulgados pelo USDA em 31 de março. O aumento da área a ser plantada com soja nos Estados Unidos, a partir de meados de abril, estimada pelo órgão superou as expectativas do mercado. Devem ser cultivados 30,27 milhões de hectares naquele país, área 18% maior - o que corresponde a 13 milhões de toneladas a mais - em relação à safra anterior (2007/08).

Apesar das quedas, os fundamentos continuam altistas - demanda crescente e estoques apertados. Nem mesmo o crescimento da produção em uma safra será suficiente para equilibrar oferta e demanda, ou melhor, para evitar que os preços sigam em alta. Foi esta situação que fez com que as cotações se recuperassem e praticamente se estabilizassem na casa dos 13 dólares por bushel na Bolsa de Chicago.

Esta situação, consequentemente, foi transmitida ao mercado interno. Além disso, produtores estão mais capitalizados nesta safra, comparativamente às anteriores, e seguram parte da produção. Dessa forma, não houve pressão de venda. Ao mesmo tempo, o mercado seguiu com demanda ativa, para atender os mercados interno e externo.

De janeiro a maio, as exportações da soja em grão alcançaram 10,2 milhões de toneladas, segundo a Secex, volume 5,63% superior ao mesmo período de 2007. Para o farelo, até aquele mês, as exportações foram de 4,7 milhões de toneladas, ficando 4,5% inferiores às de 2007. Já para o óleo de soja, as exportações somam 613,7 mil toneladas, volume 0,7% inferior ao de 2007.

O mercado de soja tem sido influenciado também pelos desacordos entre ruralista e o governo da Argentina, que culminou na suspensão de novos negócios para o mercado externo na segunda quinzena de abril, persistindo até o momento (início de junho). Isto fez com que, aos poucos, importadores passassem a buscar o produto nos Estados Unidos e no Brasil, o que também deu sustentação ao mercado.

Em maio, a expectativa era de preços maiores durante todo o segundo semestre de 2008. Entretanto, quando da colheita da safra americana, a partir de outubro, pode haver alguma pressão sobre os valores, devido à maior produção. Para os agricultores brasileiros, resta identificar o melhor momento de negociar e/ou efetuar a melhor estratégia de comercialização do restante da safra 2007/08 e da nova safra (2008/09), com vistas a garantir rentabilidade que faça frente aos maiores custos de produção.
Figura 1. Evolução do Indicador ESALQ/BM&F para o estado do Paraná (média ponderada de cinco regiões)
Fonte: Cepea

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