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País chamado Mato Grosso

Pesquisa mostra que entre as regiões mais emergentes está o norte e sudeste mato-grossense


Pesquisa exclusiva da Exame mostra que entre as regiões mais emergentes do Brasil está o norte e sudeste mato-grossense

“Mato Grosso está para o Brasil, assim como o Brasil está para o mundo”. A avaliação é do economista e sócio proprietário da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro. Nesta frase, ele resume bem a dinâmica da economia local, que hoje, contribui para a boa performance de vários importantes indicadores nacionais. “Se Mato Grosso fosse um país, seria um emergente”, sentencia. Dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB), exportações, produção agropecuária e a evolução de segmentos como a agroindústria, o comércio e serviços, ilustram muito bem a ascensão da economia de Mato Grosso. É como se cada novo número consolidasse e ratificasse o anterior. E mais um surgiu recentemente: Se o norte e sudeste mato-grossenses fossem um país, seriam o quinto maior produtor mundial de soja, mesmo com um território equivalente ao do vizinho Uruguai.


No mês passado, a pedido da revista Exame, a consultoria Deloitte realizou um levantamento para identificar os novos polos de desenvolvimento que estão despontando no interior do Brasil. Dentro dos critérios observados – a partir de dados do IBGE – dez regiões foram destacadas, além do norte e sudeste mato-grossense, estão o sudeste paraense, sul goiano, noroeste gaúcho, sul maranhense, norte potiguar, sudeste mineiro, norte fluminense e sul capixaba, litoral norte catarinense e litoral paranaense.

No norte e sudeste mato-grossense, a Deloitte destacou a produção de grãos, a agroindústria e as cidades de Primavera do Leste (239 quilômetros ao sul de Cuiabá) e Sorriso (460 quilômetros ao norte da Capital), esse último município oferta a maior área plantada com soja no mundo, são mais de 600 mil hectares a cada nova safra. Já Primavera, além da soja, também é forte na produção de algodão.

Outras duas cidades são citadas, Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá) – produtor de soja, algodão e milho segunda safra – e Nova Mutum (269 quilômetros ao norte de Cuiabá), que também cultiva as culturas. Além da vocação agrícola, todos os quatro municípios têm em comum o recente impacto da agroindústria, investimentos que estão verticalizando a produção primária. Como se diz por aqui, a verticalização nada mais é do que a agregação de valor à matéria-prima. Ao invés de vender (exportar) a soja e milho em grãos, por exemplo, vendem-se corte de aves, bovinos e suínos que foram alimentados pelos grãos. Sai a proteína vegetal e entra em cena a animal, mais valorizada no mercado e que gerou emprego e renda locais.

Chama à atenção a classificação que a Deloitte empresta à região: “Quinto maior produtor de soja do mundo”, atrás dos Estados Unidos, líder mundial, seguido do Brasil, Argentina, China e norte e sudeste do Mato Grosso.

Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o norte {que na verdade engloba municípios produtores no noroeste e médio norte} responde sozinho por 45,66% da soja produzida no Estado. O sudeste participa com 22,91%. Juntos, produzem mais de 68% da oleagionosa mato-grossense, que para a safra 2011/12 – que começa a ter os primeiros talhões colhidos – deve atingir 22,16 milhões de toneladas. Considerando a expectativa de produção, as duas regiões sozinhas vão oferta cerca de 15,29 milhões de toneladas. Em outra análise, levando em conta a estimativa de 71,29 milhões de toneladas da safra nacional, as regiões de Mato Grosso – o 5° maior produtor mundial – serão responsáveis por 21,44% do volume nacional de soja. (Veja quadro)


O PESO - O PIB mato-grossense, avaliado em R$ 57,29 bilhões em 2009, tem 60% do seu valor gerado em apenas doze municípios, locais aonde a economia superou a cifra de R$ 1,1 bilhão. Desses doze, nove são essencialmente agropecuários (Sorriso, Campo Verde, Campo Novo do Parecis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Primavera do Leste, Sapezal, Sinop e Tangará da Serra), um é agroindustrial (Rondonópolis) e dois de economia mais diversificada (Cuiabá e Várzea Grande). Todos eles registraram em 2009 PIB de R$ 32,02 bilhões, cifras que equivalem a 60% dos R$ 57,29 bilhões do Estado.

Como destaca o economista e consultor licenciado da FGV Projetos, Vivaldo Lopes, os municípios com economia gerada a partir da agricultura criam no Estado as chamadas “ilhas de prosperidade”, locais onde o PIB valorizado dividido pela baixa densidade populacional, promove alta renda per capita, com valores extremamente acima da realidade estadual e nacional.

No ranking nacional dos maiores PIBs do agronegócio, composto por 15 municípios, Mato Grosso tem oito representantes: Sorriso, Sapezal, Campo Verde, Diamantino, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.

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