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País tem aliado contra subsídio do algodão


Como ocorreu com o açúcar, a Austrália pode ser parceira do Brasil no painel que o País move contra os subsídios americanos à produção de algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC). A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que se reuniu ontem com o ministro australiano da Agricultura, Pesca e Florestas, Warren Truss.

A forma de parceria, segundo ele, terá de ser avaliada, pois o painel do algodão na OMC já foi iniciado pelo governo brasileiro. Na semana passada, após quase dois anos de discussões, os governos do Brasil, Austrália e Tailândia bateram o martelo no pedido de comitê de arbitragem contra os subsídios dos europeus ao açúcar. O processo deve começar no dia 21, em Genebra.

Os 17 países exportadores de produtos agrícolas que compõem o Grupo de Cairns - incluindo Austrália e Brasil - tentarão fechar posição única sobre o documento elaborado pelo mediador agrícola na OMC, Stuart Harbinson, e sobre a Política Agrícola Comum (PAC) até 29 de julho. Nesse dia, será realizada a reunião pré-ministerial da OMC, em Montreal. Segundo Rodrigues, o Brasil analisará os documentos para encontrar os pontos de interesse do agronegócio brasileiro.

"Enviaremos nossas avaliações à Austrália e aos demais integrantes do Grupo de Cairns e aguardaremos as posições deles. Queremos ter posições homogêneas já em Montreal e depois em Cancún", disse o ministro, referindo-se à reunião da OMC em setembro. Segundo ele, ficou claro para Truss que o governo brasileiro trabalha de forma integrada: Itamaraty e ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Agricultura.

Truss reafirmou que o Grupo de Cairns "vê com bons olhos" a nova PAC da União Européia (UE), mas a considera muito modesta. O desvio dos subsídios da produção, disse, dificultou a análise da PAC. As cotas estabelecidas pela UE, apontou, dificultam as exportações australianas de açúcar, laticínios e carnes, entre outros.

A Austrália pode enviar 7 mil toneladas de carne bovina à UE por ano, "não importando a qualidade de produção e a necessidade de importação da União Européia". A Austrália é grande exportadora de carne bovina. Para os EUA, os embarques anuais de carne bovina somam 400 mil toneladas; para o Japão, 350 mil toneladas.

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