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País terá silos de sobra em 4 anos, diz ministro

Brasil pretende ampliar 72 mi t a capacidade de armazenagem


Neri Geller, Ministro da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoSétimo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde 2003, Neri Geller assumiu a pasta há três semanas disposto a encarar a alta rotatividade do cargo e a pressão de um ano eleitoral.

O produtor rural e ex-secretário de Política Agrícola aposta que nos próximos três anos e meio o país vai ampliar em 72 milhões de toneladas a capacidade estática de armazenagem. Também acredita que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – primeira etapa do Novo Código Florestal – vai funcionar em até 60 dias, após atraso que passa de um ano. Confira entrevista à Gazeta do Povo:

Até que ponto as constantes trocas de cargo no Ministério da Agricultura comprometem a continuidade do trabalho na pasta?

Conheço a estrutura do Ministério da Agricultura. Estou aqui há mais de um ano como secretário de Política Agrícola e agora como ministro. Não vou levar em consideração o tempo que permaneceu cada ministro. Vamos fazer a estruturação necessária para que o Mapa continue dando sustentação à produção nacional, independente se eu ficar um mês, dois meses ou um ano.

A limitação orçamentária do governo federal pode comprometer o trabalho do Mapa?

Estamos dando uma atenção especial a este tema, fazendo uma reestruturação dentro do Ministério e organizando a discussão do orçamento imediato. Existe uma emenda de bancada do Senado de R$ 100 milhões para remanejamento de recursos à Defesa Agropecuária. Queremos consolidar isso e ampliar os recursos para as diárias, fiscalização e convênios com os estados.

Quais são as principais prioridades na sua gestão?

Primeiro é continuar a política de crédito, de comercialização e de seguro. Além disso, ações estruturantes serão feitas no estado do Paraná e na região Centro-Oeste, para fazermos uma política forte no sentido de resolver os principais gargalos. Hoje esses gargalos estão alicerçados na liberação de novos defensivos agrícolas e na estruturação da sanidade da defesa animal e vegetal. Conseguir superar esses empecilhos significa maior competitividade para o setor, dando ao país a oportunidade de continuar crescendo em termos de produtividade e também de incorporar áreas degradadas ao sistema de produção de grãos.

O senhor disse que planeja ampliar a oferta de crédito para investimentos em armazenagem. Qual a garantia de que a demanda por esse recurso continuará aquecida?

Acreditamos que vamos chegar aos R$ 25 bilhões nos próximos três anos e meio, tendo em vista que já se passaram oito meses desde o início do Plano [Agrícola e Pecuário] e os produtores têm respondido positivamente. Temos um déficit de quase 40 milhões de toneladas em armazenagem e essa linha de crédito vem para acrescentar 72 milhões de toneladas em capacidade estática privada. Temos a convicção que esta demanda vai continuar porque a taxa de juros é atraente, assim como o prazo de carência.

O Cadastro Ambiental Rural (CAR), que é a primeira etapa na implantação do novo Código Florestal, ainda não saiu do papel. Como o Mapa avalia essa questão?

Nós estamos trabalhando para resolver esse assunto em até 60 dias. Estamos com a minuta de decreto do Ministério da Agricultura fazendo alguns ajustes. Fizemos uma reunião na Casa Civil, com a equipe técnica do Mapa e do Ministério do Meio Ambiente, justamente para consolidar a proposta. Este é um dos focos da minha gestão enquanto ministro: implementar o Código Florestal e dar segurança jurídica ao produtor.

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