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Palma Forrageira gera esperança e economia em tempos de seca no ES

O projeto do Instituto começou em 2015, após um produtor procurar auxílio para iniciar o plantio devido à seca que atinge o estado



No interior do Espírito Santo, agricultores familiares reinventaram as maneiras de produzir para poder driblar a crise hídrica. A ideia veio de um exemplo comum no Nordeste: o uso da palma forrageira para alimentar o gado. A experiência é fruto do trabalho conjunto entre agricultores e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que acompanha os produtores no seu dia a dia, dando-lhes orientação. O experimento começou em Mucurici, Norte do Estado, já chegou a outros dez municípios, e tem gerado conforto, principalmente, aos produtores de leite em tempos de estiagem.

De acordo com o coordenador das pesquisas voltadas à palma forrageira do Incaper, Felipe Neves, as espécies de palma em solo capixaba são a Opuntia ficus e a Nopalea cochellinifera. A primeira é conhecida como palma gigante e a segunda, como palma miúda ou doce. Dentro de um hectare, em modelos convencionais de espaçamento, podem ser plantadas de 25 a 30 mil mudas da planta, que rendem cerca de 190 toneladas de alimentos para os animais. Já no modelo intensificado de espaçamento, onde se conseguem plantar de 60 a 70 mil pés, o rendimento varia de 400 a 630 toneladas.

O projeto do Instituto começou em 2015, após um produtor procurar auxílio para iniciar o plantio devido à seca que atinge o estado. A partir disso, uma unidade experimental foi montada. “A palma é uma planta muito tolerante à seca e que tem baixa necessidade hídrica. Enquanto o sorgo, por exemplo, precisa de 600 litros de água para produzir um quilo de matéria seca. O milho, que é a melhor forragem para fornecer aos animais em valores nutricionais, precisa durante o seu ciclo cerca de 1200 a 1500 litros de água. A palma precisa apenas de 200 litros”, explica o coordenador.

Por suas propriedades, a palma supri de 80% a 85% do milho na ração dos rebanhos. O plantio é sustentável, já que não precisa de irrigação; e, no Incaper, o adubo utilizado ainda é produzido a partir das fezes dos animais e dos restos das silagens. O modelo se assemelha ao das produções orgânicas.

O agricultor familiar Klaus Rodrigues de Almeida, de 49 anos, que inspirou e deu início a todo o projeto em sua propriedade no distrito Itabaiana, em Mucuri, começou a alimentar o gado com a palma há 90 dias. “Os resultados estão sendo satisfatórios. A palma tem nos deixado felizes. O gado aceita bem, o que era uma dúvida, mas tem dado certo”, comenta Klaus, que buscou outros tipos de ajuda, por meio de políticas públicas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) .

Segundo o agricultor, um caminhão de cana-de-açúcar, que era usado para fazer a silagem dos animais, custa cerca de R$2,4 mil a R$2,8 mil. “Se eu for plantar um canavial ele dura cerca de seis a sete anos. A palma é melhor, é uma planta perene, que eu percebo que vai durar de 20 a 25 anos. Isso já me deixa muito feliz”, conta o agricultor. 

Para conhecer o Pronaf, acesse aqui.

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