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Pamplona e consórcio Globoaves/Sadia desistem da Chapecó


Na reta final, o plano de salvação da Chapecó sofreu uma reviravolta. O consórcio Globoaves/Sadia e o Frigorífico Riosulense Pamplona, interessados em arrendar abatedouros do frigorífico catarinense, desistiram do negócio. De outro lado, crescem rumores de que a Chapecó pode assinar, nos próximos dias, contrato de arrendamento com opção de compra de todas suas unidades para a Coinbra, do grupo francês Louis Dreyfus. Se confirmado, essa é a estréia da Coinbra no setor de carnes. Hoje, a empresa francesa opera no esmagamento de grãos, extração de açúcar e álcool e no processamento de suco de laranja.

"Saímos da negociação contrariados. Infelizmente, a Chapecó nos impôs condições impossíveis de serem cumpridas", diz Roberto Kaeffer, diretor da Globoaves.

No final da tarde de 21 de março, todos os interessados em arrendar unidades da Chapecó receberam um fax que listava as condições para que as conversas dessem prosseguimento. No documento, assinado pelo presidente da Chapecó, Alex Fontana, a empresa disse que analisaria somente as propostas que contemplassem o arrendamento conjunto de todas as unidades - até agora, falava-se em arrendamento fracionado. Além disso, o comprador deveria comprar, à vista, os estoques da Chapecó, avaliados em R$ 70 milhões em aves e produtos manufaturados. O interessado deveria também assumir os passivos fiscais e trabalhistas, embora o valor não fosse informado. "Eles nos deram apenas 24 horas para dar uma resposta. E a resposta é não, não estamos interessados em fazer negócio nesses moldes", diz Kaeffer.

O consórcio Globoaves/Sadia estava interessado no arrendamento da unidade de Cascavel (PR). O Frigorífico Riosulense Pamplona, que estava de olho na unidade de abate de aves de Xaxim (SC), também desistiu das negociações.

Rumores dão conta que as negociações com a Coinbra estão adiantadas, e que o enlace pode ser anunciado na próxima semana. Por ser empresa de capital aberto, a Chapecó tem que fazer o anúncio publicamente, em comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Procurados pela reportagem, nenhum diretor da Chapecó ou do grupo Louis Dreyfus foram encontrados para comentar o assunto.

A Coinbra estaria interessada em arrendar todas as quatro unidades, e teria uma opção de compra para dois anos. A Chapecó tem dois abatedouros de aves, localizados em Xaxim (SC) e Cascavel (PR). Os dois abatedouro de suínos ficam em Santa Rosa (RS) e em Chapecó (SC).

A Chapecó enfrenta dificuldades financeiras desde 2002. Juntos, BNDES (dono de 29,65% do capital), o empresário argentino Francisco Macri (controlador, com 65,3% do capital) e o grupo de 15 credores tentam encontrar saída para a empresa. As dívidas de longo prazo são estimadas em US$ 134 milhões.

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