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Para Greenpeace, apetite britânico por frangos ajuda a desmatar América Latina

Greenpeace observa que nas duas últimas décadas caiu consideravelmente no Reino Unido a demanda por carne bovina, ovina e suína


Foto: Pixabay

Se a guerrilha interna contra o consumo da carne de frango anda feia (vide ”ABPA protesta de forma veemente contra 'segunda sem carne' da Natura”, bem pior e mais preocupante é a guerra externa: ontem, o Greenpeace divulgou em Londres manifesto onde afirma que o apetite dos britânicos por frangos ajuda a desmatar a América Latina”.

No manifesto o Greenpeace observa que nas duas últimas décadas caiu consideravelmente no Reino Unido a demanda por carne bovina, ovina e suína. E ressalta que seu substituto vem sendo a carne de frango.

Atropelando o fato de que essa é uma tendência natural e universal, o Greenpeace afirma que a redução de consumo observada no Reino Unido advém da preocupação, dos britânicos, com o meio ambiente, a saúde e o bem-estar animal. E conclui: come-se menos carne vermelha e mais frango, mas com isso os britânicos contribuem, sem o saber, com o desmatamento na América Latina.

O argumento principal, no caso, é o mesmo adotado pela Natura: alimentos de origem animal como a carne de frango exigem soja. Que – acusa o Greenpeace – provém de áreas desmatadas.

Ressalve-se: em nenhum momento o Greenpeace questiona o frango brasileiro. São foco da “denúncia” os “mais de um bilhão de frangos sacrificados anualmente no Reino Unido”.

Em um outro manifesto o Greenpeace menciona, em tom acusatório, que os supermercados britânicos estão promovendo fortemente a venda de carne de frango e aumentando seus preços. Ou seja: atropela também o fato de que, nos últimos meses, as carnes em geral experimentaram forte valorização em decorrência da Peste Suína Africana em países asiáticos.

Contra a peça acusatória da Natura, a ABPA, aparentemente, atuou sozinha. No caso do Greenpeace outros agentes envolvidos na questão devem se manifestar, pois a ONG faz menção direta a tradings como a ADM, Bunge e Cargill.
 

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