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Paraguai é o recordista de embarques de arroz para o mercado brasileiro

Argentina e o Uruguai foram os outros dois países que mais venderam arroz para o Brasil na temporada


Favorecido pelo custo mais baixo e pela sua competitividade no Brasil Central, o Paraguai garantiu a colocação de 60 d0 mil toneladas de arroz, em base casca, apenas no ano civil – janeiro a dezembro de 2018 – em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás. Os governos paulista, mineiro e goiano zeraram as alíquotas de impostos estaduais, enquanto o arroz gaúcho e o catarinense pagam de 7% a 12% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para estes destinos.

A Argentina e o Uruguai foram os outros dois países que mais venderam arroz para o Brasil na temporada, com 122 e 107 mil toneladas, respectivamente. No ano comercial 2019/20, a Conab espera a importação de 1,3 milhão de toneladas e a exportação de 900 mil. Cerca de 15 mil toneladas de arroz foram importadas na temporada passada de países como Itália, Suriname, Guiana, Vietnã, Tailândia, Índia, Paquistão, Espanha, Portugal, EUA e Chile para atender cozinhas étnicas e gourmet.

No total, no ciclo 2018/19 o Brasil importou 845 mil toneladas. A maior parte do arroz entra beneficiado e empacotado, com destino a estados centrais, mas há também compra do produto em casca pelas indústrias daquela região. Jorge Tadeu Meirelles, presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz de Minas Gerais (Sindarroz-MG), explica que, se há oferta de grão de qualidade, das mesmas variedades cultivadas no Brasil, e cuja compra está dentro da lei, não há razão para pagar mais a fim de buscar o cereal no Sul do Brasil. “Não faz o menor sentido pagar mais pela matéria-prima, pois perderíamos competitividade no mercado e precisaríamos cobrar mais de nossos consumidores”, avisa.

Os produtores brasileiros têm se queixado de uma série de irregularidades nas compras nacionais, como produto embalado como se fosse brasileiro e diferença nos custos de produção, entre outros fatores, para estabelecer regras para a compra internacional. “Para termos acesso igual ao mercado, é preciso ter as mesmas condições de produzir, e não temos”, afirma Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Em fevereiro, um comparativo entre uma lavoura gaúcha e uma paraguaia indicou que o custo no Paraguai equivale a apenas 50% da área brasileira para produzir arroz. Embora tenha procurado vender para outros mercados, a falta de um porto de mar e uma logística muito complicada e cara forçam os arrozeiros paraguaios a dependerem, em muito, do Brasil.

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