Paraná colhe pouco feijão e com baixa qualidade
Os dados do Governo do PR apontam um aumento de 18% na produtividade este ano no Sul do Estado
Os dados do Governo do Estado apontam um aumento de 18% na produtividade este ano no Sul do Estado. A percepção de quem acompanha o mercado é outra
O cerealista Leandro Antonio, da região dos Campos Gerais, maior região produtora do Paraná, está tendo dificuldades para encontrar feijão de qualidade. Ele explica que produtores que têm plantando uma área que poderia dar 30 toneladas estão colhendo apenas dez. “E, do pouco feijão colhido, existem cargas com mais de 54% de quebra”, exemplifica.
Além da diminuição da área, as lavouras do Paraná sofreram com o excesso de chuvas durante o ciclo produtivo e com uma pequena estiagem na época de encher os grãos. O que afetou a qualidade e a quantidade do feijão colhido.
Apesar da Secretaria da Agricultura e Abastecimento ter estimado uma diminuição de 26% na área plantada e de 12% na produção da safrinha em relação a safrinha 08/09, os dados do governo apontam um aumento de 18% na produtividade este ano naquela região.
A percepção de quem acompanha o mercado é outra. “A gente vê claramente que a produtividade da safrinha está sendo a pior dos últimos oito anos. Isto está ocorrendo desde a primeira safra”, afirma o cerealista.
Segundo o presidente do Conselho Administrativo do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, a diminuição na área plantada em todo país já era esperada “Se o governo tivesse estimulado o produtor a plantar quando necessário, como o Ibrafe alertou em novembro, teríamos um volume maior. Mesmo que não fosse da qualidade ideal, pelo menos não faltaria feijão”, argumenta.
Quem paga por isso é consumidor. “Para empacotar feijão tipo 1 é necessário usar o máximo permitido de defeitos”, afirma o cerealista Leandro Antonio. “Além disso, os preços vão continuar subindo”, completa Lüders.
Para Julio Cabral, analista do mercado de feijão, pelo menos no caso do feijão preto, a solução será importar. “O feijão nacional está difícil de negociar, a qualidade está baixa e o que há de boa qualidade é pouco perto da demanda. A esperança é a safra da Argentina”, finaliza. As informações são de assessoria de imprensa.