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Paraná está pronto para enfrentar a gripe aviária


Exercício simulado contra a influenza na região prepara técnicos para combate à doença, embora o vírus ainda não circule na América

Os municípios de Sabáudia, Arapongas, Astorga e Pitangueiras (Região Norte) estão em estado de emergência simulada até sexta-feira. Técnicos dos governos estadual, federal e da Organização Panamericana de Saúde estão realizando um exercício na região para controle de focos de influenza aviária, popularmente conhecida como ""gripe do frango"". O vírus ainda não circula no continente americano, mas a intenção é deixar os profissionais preparados para enfrentar a doença, caso a enfermidade seja registrada no plantel nacional.

Participam do 1º Simulado Nacional em Emergência Sanitária Avícola cerca de 180 pessoas, inclusive, observadores de outros Estados. O Paraná foi escolhido porque é o maior exportador de frangos do País e, um eventual foco, causaria grande impacto econômico no Estado. Já Sabáudia foi determinada porque a avicultura tem grande importância para a região, embora não seja o pólo estadual das criações. Para a realização do simulado foi montada uma verdadeira ""operação de guerra"", inclusive, com a participação do Ministério da Justiça, Exército e Força Aérea, que contribuiu com suporte nas áreas de comunicação e logística.

Os trabalhos começaram na sexta-feira à noite com a determinação de um foco - hipotético - em uma propriedade que cria aves apenas para consumo próprio. Um outro foco, também hipotético, foi confirmado ontem à tarde em uma propriedade com criação comercial. O cenário montado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e pela Organização Panamericana de Saúde/Centro Pan-americano de Febre Aftosa idealizou uma carga de aves com origem de um outro Estado, que teria chegado à propriedade irregularmente. A partir da confirmação da doença (na primeira propriedade) foi montado um abate simulado, até mesmo com a determinação do local para enterro das carcaças.

Também foram instaladas barreiras sanitárias - em um raio de três quilômetros do foco - onde todos os veículos em trânsito são pulverizados com um desinfetante antiviral e também é feito controle de cargas. Esse trabalho ocorre durante 24 horas ininterruptamente. As aves alojadas nas propriedades localizadas nesse raio também tiveram material coletado para análise. Por amostragem são feitos três tipos de exames: swabs da traquéia e da cloaca e sorologia. Todas as amostras serão enviadas ao Laboratório Nacional Agropecuário, de Campinas (SP), considerado referência pelo Mapa.

Os proprietários ainda respondem a um questionário sobre dados das criações e comportamento sanitário das aves. Propriedades localizadas em um raio de sete quilômetros (após os primeiros três quilômetros) também estão sendo visitadas. Neste caso, os proprietários apenas respondem ao questionário. A simulação previa um trabalho investigativo por parte dos técnicos, o que determinou o ""segundo foco"", fora do raio da primeira propriedade. Neste caso, o procedimento adotado será o mesmo, inclusive com a definição de um novo perímetro das propriedades. Até sexta-feira 105 propriedades serão vistoriadas com um plantel total de mais de 3 milhões de aves.

""O treinamento pretende montar um cenário real. A confirmação de um segundo foco teve que mobilizar novamente os técnicos"", explica Bruno Rebelo Pessamilio, coordenador de Sanidade Avícola do Mapa. Na sua avaliação, o Paraná está preparado para enfrentar um eventual foco da doença, assim como o restante dos Estados brasileiros. A ação desencadeada nesta semana faz parte do Plano Nacional de Contingência, elaborado há dois anos.

Para o criador José Carlos Faiola, que teve sua propriedade incluída no raio de sete quilômetros, o trabalho desenvolvido é muito importante para a avicultura regional. ""Se surgir a doença o pessoal está preparado e seguro"".

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