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Paraná recolhe mais embalagens de agrotóxico


O Paraná recolheu no ano passado duas mil toneladas de embalagens de agrotóxicos, o equivalente a 54,38% do volume utilizado pelos agricultores no estado. Cerca de 1,68 mil tonelada de frascos e latas continuam nas propriedades agrícolas ou foram depositados irregularmente. Os números colocam o Paraná em primeiro lugar na coleta em todo o país e representam avanço em relação a 2002, quando apenas 310 toneladas de embalagens foram recolhidas, mas ainda estão longe do ideal. No ano passado, foram registrados 621 casos de intoxicação por agrotóxicos. Desse total, 56 pessoas morreram envenenadas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), órgão criado pelas indústrias depois que a coleta se tornou obrigatória, em 2000, o Paraná foi o estado que mais recolheu embalagens de agrotóxicos no ano passado. Ficaram logo atrás Mato Grosso, com 1,6 mil tonelada, e São Paulo (estado que mais utiliza agrotóxicos no Brasil), com 1,3 mil tonelada. O material vem sendo destinado a indústrias de reciclagem que fabricam condutores elétricos e vergalhões de aço, por exemplo. As indústrias de embalagem só utilizam matéria-prima virgem. A meta de todos os estados é passar a recolher 100% das embalagens até 2006.

"Se considerarmos o volume de embalagens acumulado nas propriedades, ainda temos que avançar", afirma o coordenador do Inpev no Paraná, Eduardo Brito Bastos. Em sua avaliação, a fase mais difícil já foi vencida. Para melhorar o índice de recolhimento, seria preciso aumentar o trabalho de conscientização para que os agricultores devolvam as embalagens aos revendedores ou aos 71 pontos de coleta espalhados pelo estado.

O sistema de coleta foi implantado há dois anos, mas passou a funcionar efetivamente em 2003, afirma o coordenador do programa Terra Limpa, Rui Leão Muller, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Na próxima semana, técnicos do setor reúnem-se em Curitiba para discutir adaptações no sistema. A intenção é racionalizar o trabalho e reforçar a conscientização dos agricultores.

Nos postos de coleta, os agricultores precisam apresentar notas fiscais ou relatórios dos agrotóxicos adquiridos no ano anterior. O objetivo é fazer com que eles prestem contas das embalagens adquiridas há mais de um ano.

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