Paraná vai retirar BHC da zona rural
Campanha da Faep orienta produtor a declarar existência do produto para que depois seja feito o recolhimento
A campanha de conscientização de produtores rurais do PR para recolhimento do BHC (o hexaclorobenzeno) e outros 11 agrotóxicos proibidos no País já está surtindo efeito e gerou pelo menos uma constatação: os estoques destes produtos estão espalhados por todas as regiões e não apenas no Norte e Noroeste. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) orienta os produtores a procurar o sindicato rural ou os escritórios da Emater, da Secretaria de Estado da Agricultura e de cooperativas de seus municípios para preencher o formulário de autodeclaração para que, posteriormente, seja feito o recolhimento.
O cadastramento segue até 30 de novembro mas antes disso o governo do Estado já pretende dar início à remoção dos estoques das propriedades. Embora a campanha inclua 12 tipos diferentes de agrotóxicos proibidos no Brasil, o alvo principal é o BHC, ou pó de broca como ficou popularmente conhecido. Muito usado nas lavouras do café, o veneno foi vetado em 1985 por ser cancerígeno. Com medo de represálias, muitos produtores acabaram abandonando ou mesmo enterrando grandes quantidades do agrotóxico, o que gerou um passivo ambiental impossível de ser totalmente mensurado.
A última grande destruição do veneno ocorreu em Maringá (Região Noroeste) no início de julho deste ano. Agentes do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da Fundação Nacional de Saúde e da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) removeram 4 toneladas do produto que haviam sido enterradas desde 1985 no pátio da sede regional da Funasa. O agrotóxico foi encaminhado para incineração em São Paulo.
Dados preliminares divulgados ontem pela Faep indicam a presença do BHC em todo o Estado, embora os estoques mais expressivos estejam concentrados nas regiões Norte e Noroeste: na região de Cornélio Procópio, haveria quase 49 toneladas do produto; Londrina viria logo atrás com 34,2 toneladas; em Maringá existiria por volta de 35 toneladas; e em Umuarama teria cerca de 17,5 toneladas.
O produtor deve preencher o formulário de autodeclaração e especificar quanto do produto possui e como está armazenado. Com isso, ele não sofrerá sanções ou multas nem terá custos com a remoção. O governo é quem ficará encarregado de acondicionar o produto e dar a destinação correta, que é a incineração em local adequado. O prazo para cadastramento segue até 30 de novembro. O formulário de autodeclaração também pode ser obtido no site da Faep (www.faep.com.br ).