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Parte do milho da primeira safra segue sem negociação

Sabe-se que algumas indústrias em Mato Grosso estão investindo em novas plantas de etanol à base de milho


Conforme o 7º Levantamento da safra de grãos 2018/19 da Conab, boa parte do milho primeira safra ainda não foi negociado e, juntamente com a colheita da segunda safra, pode ser mais um ingrediente neste cenário de baixa, que vem se desenhando, para o segundo semestre de 2019.

Com o aumento da estimativa de produção de milho, os estoques de passagem do cereal da safra 2018/19 devem subir para 15,3 milhões de toneladas, que representa praticamente dois meses de consumo, se considerar a demanda total de 93,5 milhões de toneladas (consumo doméstico mais exportações).

Vale salientar que a safra continua em andamento e as perspectivas são bastante positivas, ou seja, há a possibilidade de se ter novos incrementos na produção, o que acarretaria em um aumento de estoques e pressão baixista sobre os preços internos. No entanto, ainda não se vê,  a curto prazo, incrementos nas exportações que significariam reajuste nos 31 milhões de toneladas estimados, visto que, apesar do início do ano-safra bem positivo, como 2,6 milhões de toneladas embarcados em fevereiro e março, bem como o expressivo volume de milho já negociado, cerca de 22,4 milhões de toneladas provenientes do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, as quais boa parte deve ser destinada ao mercado externo, os atuais prêmios dos portos para os contratos futuros estão muito baixos e em queda, o que diminui a paridade de exportação, diminuindo a possibilidade de novas negociações em grandes volumes.

A evolução do consumo doméstico passa a depender da demanda de milho para o etanol, vez que o crescimento para alimentação animal não é tão expressivo e já vinha sendo considerado no volume estimado de 62,5 milhões de toneladas.

Sabe-se que algumas indústrias em Mato Grosso estão investindo em novas plantas de etanol à base de milho, contudo, não se tem certeza se algumas já começarão a esmagar ainda neste ano, provocando um novo aumento no consumo interno do cereal.

Nesta conjuntura, com os preços do milho em Chicago em níveis abaixo dos US$ 3,70 /bushel (US$ 145,65 toneladas), o único parâmetro que tem mantido a paridade acima de R$ 37,00 a saca de 60 quilos é o câmbio, o qual, dependendo do cenário político-econômico do país, pode cair do patamar atual, que está bem elevado, pressionando ainda mais os preços internos. 

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