“A solução é a criação de centrais que terão maior poder de negociação com os frigoríficos. É preciso criar várias em todo o Brasil. Vejo que estas centrais podem significar a solução para a crise que a pecuária está vivendo”. A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores Rurais de Mato Grosso, Ricardo Borges Castro Cunha, que participou na semana passada da criação da Central de Comercialização do Boi de Goiás, durante o Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, em Goiânia.
Durante o evento, além do lançamento de mais uma central de comercialização de bovinos – a 4ª criada no Brasil – também foi discutida a formação de cartel por parte dos frigoríficos e abordado o descontentamento dos pecuaristas com o preço da arroba do boi. De acordo com Castro Cunha, a insatisfação do pecuarista é geral em todo o Brasil. “O preço do boi está em baixa e as escalas estão muito longas. A reclamação é unânime em todo o país”, revela Castro Cunha.
Jogada dos frigoríficos:
De acordo com o diretor executivo da APR-MT, Paulo Resende, o Fórum também discutiu o confinamento de bois feito pelos frigoríficos. “Esta é mais uma forma destas indústrias manterem a escala elevada e os preços baixos. Os estados que deram incentivos fiscais aos frigoríficos vão rever e renegociar a contrapartida. Afinal, estas empresas estão recebendo ajuda do governo e não estão fazendo a sua parte junto à comunidade e muito menos ao pecuarista”, ressalta.
Tanto Castro Cunha, quanto Resende fizeram uma avaliação positiva do Fórum e destacaram que este é o caminho para minimizar a crise instalada no setor. “A união fortalece a classe e é nestes encontros que podemos verificar que os problemas que afligem os pecuaristas são os mesmos em todo o Brasil. Unidos, encontraremos as soluções”, ressalta Resende.