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Pela 1ª vez, mais açúcar do que álcool no Paraná

País segue produzindo mais etanol


Moagem de cana recua no estado, mas não segura aumento na produção açucareira. País segue produzindo mais etanol

Pela primeira vez e em plena era da agroenergia, o Paraná direcionou a maior parte da sua safra de cana para a produção de açúcar – 53% dos canaviais foram tiveram essa destinação. O etanol, anidro e hidratado, absorveu 47% da colheita paranaense, revela levantamento da Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar).

Encerrada nesta semana, a safra 2010/11 rendeu ao estado 3,1 milhões de toneladas de açúcar. O mercado internacional aquecido estimulou a produção do alimento, que, mesmo diante de um recuo de 2,4% na moagem de cana, deu um salto de 27,7% neste ano no Paraná.

A indústria sucroalcooleira paranaense processou 44,5 milhões de toneladas de cana, cerca de 15% a menos que o previsto. O clima seco durante o desenvolvimento da lavoura e o excesso de chuva durante a colheita prejudicaram a produtividade agrícola e reduziram a capacidade de processamento das usinas. O rendimento industrial maior compensou parte das perdas no campo, mas não segurou a queda na produção de etanol. Segundo a Alcopar, a quantidade de Açú­ca­res Totais Recuperáveis (ATR) dos canaviais paranaenses aumentou 5,77% neste ciclo, para 136,9 quilos por tonelada. Mas a moagem menor e a preferência pelo açúcar levaram a um corte de 11,7% na produção de álcool, que caiu de 1,885 bilhão de litros em 2009 para 1,665 bilhão neste ano.

“Estávamos contando com uma produção maior. Como o mercado está muito enxuto, sem sobras, as cotações do açúcar e do etanol subiram. Mas o benefício do preço alto não chegou às usinas. Apesar do resultado econômico da safra ter sido bom, não se traduziu em resultado financeiro porque a produção caiu”, argumenta José Adriano da Silva Dias, superintendente da Alcopar.

Com menos matéria prima-disponível, muitas usinas tiveram que terminar as atividades mais cedo neste ano. A safra paranaense, que geralmente começa em abril, foi antecipada pelo clima seco, que fez com que a cana ficasse pronta para o corte mais cedo neste ano. A partir de outubro, foram as chuvas que paralisaram a colheita, fazendo com que 20 das 29 unidades em funcionamento no Paraná encerrassem as operações antecipadamente.

Segundo a Alcopar, o Paraná tem 30 unidades de processamento de cana, 1 desativada. Do total, 25 têm flexibilidade produtiva, ou seja, podem optar pela produção de açúcar ou de álcool, sendo que 2 plantas que até a safra passada operavam apenas como destilarias começaram a produzir o alimento neste ano. Esse seria, segundo Dias, um dos motivos para o crescimento da produção de açúcar do estado em um ano de queda na moagem.

Centro-Sul

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a moagem de cana no Centro-Sul deve atingir 560 milhões de toneladas, abaixo da previsão inicial (610 milhões de toneladas), mas acima das 541,5 milhões de toneladas da safra 2009/10. Conforme a entidade, o aumento da moagem e a melhora na qualidade da matéria-prima possibilitaram às usinas ampliar a produção de açúcar (em 20,6%) e etanol (14%). Até novembro, a indústria havia processado 33 milhões de toneladas do alimento e 24,7 bilhões de litros de combustível. Diferente do Paraná, o mix produtivo continua mais alcooleiro no Centro-Sul. A maior parte da cana colhida na região (55%) foi utilizada na produção de etanol e 45% para o açúcar, de acordo com a Unica.

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