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Perda nas lavouras de milho na região do Alto Uruguai do RS pode chegar a 60%


A Emater/RS-Ascar concluiu um novo levantamento sobre o impacto da estiagem na agropecuária gaúcha. O milho segue como as culturas mais prejudicada, principalmente na Metade Norte do Rio Grande do Sul. A região do Alto Uruguai, a mais atingida pela falta de chuvas desde o início de dezembro, deve registrar entre 50% e 60% de perdas na produtividade do milho cultivado em 196 mil hectares. Os produtores da região esperavam colher, em média, seis mil quilos por hectare, quantidade considerada bastante elevada, mas que poderia ser obtida em função do alto nível tecnológico empregado nas lavouras. Mesmo assim, devem colher três mil quilos por hectare, 23% menos que a média histórica dos últimos cinco anos para a região.

Em alguns municípios da região Celeiro e do Alto Jacuí, também são registradas perdas que se aproximam de 50% no milho em relação a expectativa inicial. Nas regiões da Produção e Médio Alto Uruguai, as perdas projetadas se encontram em 40% em relação à estimativa inicial de um rendimento de cinco mil quilos por hectare. Nos vales do Taquari, Caí e Rio Pardo, as lavouras implantadas em outubro terão redução de 30% na produtividade. Já as plantações realizadas em agosto e setembro não devem registrar prejuízos. Nessas regiões, ainda deverão ser cultivados 36 mil hectares de milho após a colheita do fumo, em janeiro.

Na região Central, as perdas de produtividade são estimadas em 17% na área semeada a partir da segunda quinzena de setembro, o equivalente a 115 mil hectares. Na Serra, a falta de chuva prejudica 10% da área de 140 mil hectares de milho, registrando perdas variáveis. No geral, todas as regiões do estado apresentam prejuízos variáveis.

Feijão:

A colheita de feijão atinge 50% da área no estado, apresentando redução de produtividade em algumas localidades em função da estiagem. Mesmo assim, os técnicos da Emater/RS-Ascar dizem que os volumes são próximos da média histórica e também da estimativa inicial para o estado (1.069 quilos por hectare), mas cai para 30% em comparação com a média histórica. A Zona Sul é uma das regiões mais atingidas nessa cultura. Em Canguçu, município com a maior área de feijão no estado (seis mil hectares), as perdas chegam a 50% em relação à estimativa inicial (1,2 mil quilos por hectare). No Alto Uruguai, ainda restam por colher 45% das lavouras, que podem ter perdas de até 70% sobre uma estimativa inicial de colheita de 1,5 mil quilos por hectare. Na área já colhida, a produtividade foi próxima da esperada. No norte do Vale do Rio Pardo, a colheita já está praticamente encerrada, com perdas de 20 a 30% na produtividade, mesmo assim acima das médias históricas estaduais e municipais.

Soja:

A lavoura de soja está passando por um período de estresse hídrico em função da estiagem, mas teve a situação amenizada com as chuvas do último final de semana. As plantas estão com porte baixo, o que poderá ocasionar perdas na colheita, no entanto ainda é prematuro estimar prejuízos com relação à produtividade da cultura. O aspecto sanitário da lavoura é considerado muito bom.

Arroz:

Já a lavoura de arroz é beneficiada pelo clima quente, boa insolação e baixa incidência de pragas e doenças. Cerca de 88% da área está em desenvolvimento vegetativo, sendo que outros 10% estão em floração e 2% em enchimento de grãos. Os técnicos da Emater/RS-Ascar avaliam que, confirmando-se a previsão de chuvas a partir da segunda quinzena de janeiro, devem ser normalizados os níveis das barragens, rios e arroios que irrigam as lavouras.

Pastagens:

A diminuição da oferta de forragem, tanto em quantidade quanto em qualidade, está prejudicando a produção leiteira, com uma queda estimada entre 10 e 15%. Nas principais regiões produtoras, Colonial e Fronteira Noroeste, as perdas são menores. No Alto Uruguai, a redução na produção de leite é estimada entre 20 e 25%. Para compensar a falta de pasto, os produtores estão aproveitando o milho que não poderá ser colhido para ser vendido como grão, para fazer silagem e alimentar o gado. Mesmo assim, por ter folhas secas e grãos não formados, a silagem é de baixa qualidade. Os técnicos alertam que essa situação poderá ocasionar problemas na entressafra, no outono, quando tradicionalmente, a silagem é utilizada para alimentação.

Com relação aos bovinos de corte, a estiagem provoca a redução do peso dos animais e, principalmente, pode influir na produção de terneiros na primavera, uma vez que as vacas cortam o cio, diminuindo a fertilidade do rebanho em plena temporada de acassalamento.

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