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Perdas chegam aos hortigranjeiros na região de Passo Fundo (RS)

Estimativa é que geada tenha comprometido 30% da produção de alfaces na região


Estimativa é que geada tenha comprometido 30% da produção de alfaces na região
 
O homem do campo, que tira sustento da família pela produção de alimentos, continua contabilizando as perdas que teve, em função do clima adverso registrado no final do mês de setembro. A geada que acabou se formando, no começo da primavera, trouxe sérios problemas em vários setores da produção agrícola. Uma delas está ligada a produção de hortifrutigranjeiros. De acordo com o agrônomo do escritório regional da Emater-RS, de Passo Fundo, Ivan Guarientti, a geada atingiu, principalmente, as hortas formadas com variedades de alfaces. A estimativa é que o frio tenha comprometido 30% da produção do alimento, um dos principais formadores dos cardápios de saladas da mesa dos brasileiros.

Mesmo com o registro do problema não há risco do produto faltar nas bancas de feiras e supermercados. Conforme o agrônomo, os números, em termos de produção comercial, nos 70 municípios da região atendida pelo escritório da Emater-RS de Passo Fundo, são altamente positivos. “Com alfaces temos em nossa regional, 369 hectares de área plantada, sendo que 57,5 hectares somente em nosso município”, disse o agrônomo.
 
Ele adianta que em Passo Fundo, a hortaliça é produzida em 246 propriedades rurais e garantem para o mercado regional 2,2 mil toneladas da salada para a comercialização. Já em toda a regional as hortaliças ocupam 2.469 hectares com 1.829 produtores que garantem uma produção de 47.058 toneladas dos alimentos.

Um segundo problema ocasionado pela geada na primavera foi contabilizado no setor de produção de mudas de frutas e verduras do verão. “O frio, na superfície do solo que chegou a ter temperatura abaixo do 0ºC, queimou as plantas que seriam posteriormente replantadas nos canteiros das hortas”, explicou o agrônomo.

Segundo ele, mudas como, por exemplo, de melão, melancia, pepino, tomate e feijão de vagem chegaram a ter perda de 100%. “Para termos uma idéia, há espécies que a temperatura mínima que suportam é de 15ºC e chegamos a ter abaixo de zero”, explicou.

Guarientti adianta que os produtores que tiveram suas produções de mudas destruídas já estão trabalhando na formação de outras. “Além do valor da perda os agricultores terão um atraso no comércio dos produtos de até três semanas. Vai demorar um pouco mais para começarem a ter retorno financeiro com a atividade este ano”, completou. Tem variedades de frutas e hortaliças que em até 45 dias depois do plantio das mudas já estarão prontas para o comércio.
Doença prejudica alface

O produtor de hortigranjeiros em Colônia Dona Júlia, em Carazinho, Valdir Zanchet, credita ao clima os problemas que teve este ano em sua atividade. “Não tivemos equilíbrio de temperaturas o que causa danos na produção das hortaliças”, disse Zanchet.

Segundo ele, a alface tem sido a variedade de verdura que mais tem sofrido com as adversidades do tempo. “Tivemos dias com calores extremos e dentro da mesma estação quedas de temperatura. Já no inverno foram dias de muito frio e com períodos de muito calor. Foram estes desequilíbrios que acabaram reduzindo a produção”, comentou o produtor, que tem cerca de 1,5 hectare de terra cultivado com hortaliças.

Zanchet adiantou que vem enfrentando outro problema este ano com o aparecimento de uma doença que tem comprometido perto de 10% da alface. Para o produtor o ano foi regular para o setor que registrou e altos e baixos por causa do clima adverso.

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