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Perdas da colheita ao supermercado chegam a 30%

Falta de indústrias e de estrutura de armazenagem reduzem a renda dos produtores e exigem maior desembolso dos consumidores


Falta de indústrias e de estrutura de armazenagem reduzem a renda dos produtores e exigem maior desembolso dos consumidores


A rotina dos trabalhadores en­­volvidos na coleta dos frutos é rígida. O turno de trabalho co­­meça logo cedo, às 7 horas, e só se encerra no final do dia, inclusive nos finais de semana. A retirada dos frutos das árvores exige conhecimento – para saber se o produto está no ponto ideal – e técnica – para não danificar o galho. Em média, cada trabalhador colhe 4.500 frutos por dia, o equivalente a 25 caixas de 20 qui­­los. No total, os produtores da Associação de Fruticultores do Faxinal I produzem 600 caixas por dia. Mas, boa parte desse esforço se esvai, devido às perdas registradas ainda nos pomares.


As frutas que amadurecem primeiro e embelezam os pomares simplesmente são deixadas no chão. Elas não suportariam o transporte até as centrais de distribuição. Mesmo sendo o maior produtor de frutas de caroço do Paraná, o município da Lapa ain­­da não possui indústrias que possam aproveitar essa parte da safra, que reúne os pêssegos, ameixas e nectarinas mais doces do ano. Uma outra parcela significativa de frutas se perde no transporte e na rede de distribuição, encarecendo o preço pago pelo consumidor final.

As estimativas dos pesquisadores da Embrapa são de que entre 20% e 30% da produção de frutas e verduras são perdidos. Ape­­sar de os pomares da Lapa estarem a menos de 100 quilômetros de seu principal mercado consumidor, Curitiba, o caso não foge à regra.

Com as frutas, vai embora parte do esforço de trabalhadores como Sandra Iara Ferreira, que se dedica a tarefas domésticas e aos pomares há mais de 20 anos. Ela relata gostar da fruticultura. “Prefiro as tarefas da roça que as de casa. Aqui o pessoal fica conversando, contanto história durante o trabalho. Is­­so faz com que o tempo passe”, relata.


Trabalhadoras como Sandra estão se tornando raridade na Lapa. O setor reclama da escassez de mão de obra. A saída en­­contrada pelos produtores é o trabalho em mutirão e a convocação de familiares para ajudar na época de colheita e poda dos pomares.

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