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Perdas na região norte do MT chegam a 1 milhão de ha de soja

As prejuízos em cifras ultrapassa R$ 433 milhões, levando em consideração a cotação de ontem (R$ 26) para a região


Cerca de 1 milhão de toneladas de soja estão perdidas na região Norte do Mato Grosso. Em função do excesso e da continuidade das precipitações os trabalhos de colheita estão praticamente paralisados. Há 32 dois dias chove sem parar. O prejuízo em cifras ultrapassa R$ 433 milhões, levando em consideração a cotação de ontem (R$ 26), para a região, ou cerca de 16,6 milhões de sacas. Somente no último sábado, choveu 80 milímetros e as previsões são de mais água no decorrer da semana.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá), Antônio Rossani Júnior, apesar de ser uma estimativa, ele assegura que os números deste final de semana, "apontam que praticamente todos os produtores da Região estão com perdas individuais entre 20% e 30%, o que nos leva a contabilizar este volume. Sei que ele assusta, mas não está longe da realidade", defende.

Toda está região, ás margens da rodovia BR 163, cultiva cerca de 300 mil hectares, dos quais 10%, "estão perdidos, sem qualquer sombra de dúvidas", aponta.

Ele completa explicando que não se consegue entrar na lavoura para colher. "Quando dá um sol suficiente para trabalhar na lavoura, o que tiramos de lá são grãos ardidos, o que para o produtor significa, também prejuízo. Não sei estimar, mas tem hectares com soja que já deveriam ter sido colhidos e estão abandonados. Por isso friso, são perdas irreversíveis", alerta.

Para o produtor Alex Pozzobon as perdas na lavoura já estão transformadas em cifras, R$ 1,5 milhão estão sacramentados como perdas, somente nesta área localizada em Tabaporã (1,140 quilômetros de Cuiabá). "Colhemos cerca de 4 mil dos 7,2 mil hectares que plantamos. Desta área colhida, 25% são perdas de soja, ou, cerca de 56 mil sacas", avalia.

Além disso, Pozzobon explica que grão ardido, é sinônimo de apodrecimento. "Neste estágio o grão perdeu peso, tem volume, mas não tem massa e nem valor nutricional, por isso, não é utilizado nem para ração animal", explica.

Rossani acrescenta que a situação pode ficar ainda pior. "O problema não acabou, as previsões são de chuva. Na semana passada havia uma expectativa de cessão das precipitações e nada, isso é pior, estamos sem horizonte e acumulando mais um prejuízo nesta safra".

O pai de Rossani, Antônio Sérgio Rossani, sojicultor, conta que na sua lavoura, 10% a 12% da área está abandonada, e que até o final da colheita, prevista para este final do mês, totalize perdas em 20%, dos 2 mil hectares plantados. "Tinha soja que deveria ter sido colhida há um mês. Essa está abandonada para tentar salvar outros talhões, mas está confirmado que 20% do que plantei está perdido".

Outro prejuízo:

Segundo o proprietário da distribuidora Petrorio Comércio de Combustíveis, Jonas de Paula, em 15 dias, período em que as chuvas foram "implacáveis, as vendas de óleo diesel caíram 80%, ou, "deixei de vender 1,5 milhão de litros", contabiliza. Ele completa ainda, dizendo que neste final de semana, 14 caminhões distribuidores estiveram parados na empresa, por falta de demanda.

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