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Período crítico para ocorrência de podridão parda se inicia no cinturão citrícola e exige atenção dos citricultores

Ocorrência e sintomas


Foto: Fundecitrus

A podridão parda é uma doença que afeta todas as variedades de citros e se manifesta quando chuvas frequentes ocorrem durante o início de maturação dos frutos, período em que estão muito suscetíveis, resultando em perdas significativas na produção em função da podridão e posterior queda dos frutos.

Várias espécies de fungo Phytophthora já foram relatadas como capazes de infectar frutos cítricos provocando a doença, mas no Brasil a Phytophthora citrophthora é, em geral, a espécie encontrada associada à doença nas principais regiões produtoras, explica o pesquisador do Instituto Biológico Eduardo Feichtenberger.

No parque citrícola paulista, a doença tem se manifestado nos meses de maio e junho, especialmente em variedades precoces no sudoeste paulista, já que os frutos já maduros nessa época não recebem proteção e chuvas podem favorecer a disseminação do patógeno do solo para os frutos no terço inferior da copa das plantas, exigindo atenção do citricultor”, alerta.

Ocorrência e sintomas

A ocorrência da doença, em geral, é maior em limoeiros verdadeiros (Siciliano, Lisboa, Eureka, Femminello, Rigoni, Vila Franca, etc.) e em laranjeiras de maturação precoce (Hamlin, Bahia, Baianinha, Valência Americana, etc.).

Os solos pesados, rasos e com problemas de drenagem são mais favoráveis para a doença, por serem mais sujeitos ao encharcamento durante os períodos de chuvas prolongadas, condições que favorecem a produção e a dispersão das principais estruturas de Phytophthora responsáveis pela doença.

Diferente das podridões provocadas por fungos, que são moles, essa é uma podridão seca, de coloração marrom-parda e que apresenta forte cheiro acre. E em condições de elevada umidade, um micélio de coloração branca é formado sobre a lesão do fruto infectado.

Embora essa podridão seja seca, os frutos lesionados, e principalmente os caídos ao solo, podem apresentar infecções secundárias por outros microrganismos, como fungos e bactérias, que provocam podridões moles e aquosas nos frutos.

E como a doença em geral é provocada por P. citrophthora, somente os frutos da parte baixa da copa das plantas são infectados, pois as infecções são iniciadas a partir de zoósporos dispersos a curtas distâncias por respingos de água.

Os frutos infectados caem prematuramente, embora alguns poucos frutos possam permanecer mumificados na planta por longos períodos. Caso o fruto seja infectado pouco antes de sua colheita, os sintomas podem aparecer na pós-colheita.   

Proteção dos pomares contra a podridão parda

O manejo preventivo da doença pode ser feito via práticas culturais para melhorar as condições de drenagem do solo e evitar seu encharcamento.

O manejo químico também deve ser preventivo com o uso de fosfitos e/ou produtos à base de cobre – que não apresentam ação erradicante e curativa, apenas protegem os frutos, evitando infecções. “Em áreas onde a doença já causou danos nas safras anteriores e chove com frequência nos meses de maio e junho, é importante proteger os frutos antes das chuvas para que não ocorra o respingo e os frutos da saia sejam atingidos. As aplicações específicas para o controle dessa doença podem ser direcionadas para essa parte inferior da copa das plantas”, explica o pesquisador do Fundecitrus Geraldo Silva Jr.

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