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Período é indicado para semeadura das pastagens de inverno

Chuva recente, apesar de pouca, possibilita o plantio


Foto: Marcel Oliveira

A estiagem generalizada e persistente em todo o Rio Grande do Sul mantém a maior parte das áreas de pastagens nativas e cultivadas em baixos níveis alimentares e nutritivos. As áreas cultivadas de verão estão encerrando seu período produtivo e há dificuldade de implantação das pastagens de inverno em razão da falta de umidade no solo. Conforme a Emater/RS-Ascar, a semeadura deve ser realizada assim que o solo tiver umidade suficiente para a germinação das espécies de pastagens anuais de frio, que compreendem aveia, azevém, trigo duplo propósito, cevada e centeio – sendo aveia e azevém as principais.

O extensionista rural agropecuário da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago, responsável pela área de bovinocultura de leite na região administrativa de Soledade, acredita que ainda não é tarde. “No Vale do Rio Pardo, as pastagens anuais de inverno são semeadas nesse período, então acredito que com a chuva recente que ocorreu na região, em torno de 20 milímetros, seja possível fazer”, destacou. Além disso, reforçou que no momento do plantio os agricultores devem apostar na tecnologia, usando semente de qualidade e na quantidade recomendada por área e adubação adequada.

A previsão do tempo, segundo os profissionais da meteorologia, não indica grandes volumes de chuva para as próximas semanas, mas Zago explicou que a ocorrência de alguma precipitação, como a registrada nessa segunda-feira, já é suficiente para o plantio e crescimento das pastagens de inverno.

No manejo, o especialista indica que o produtor utilize várias espécies. “Um exemplo é fazer uma área com aveia e trigo para pastejo precoce e uma área com azevém para pastejo mais tardio, de junho para frente. E se faltar silagem de milho, uma área para silagem de inverno, que pode ser a de trigo. Assim, utiliza um a dois pastejos e deixa para a produção de silagem”, ensinou.

Dicas para os produtores

Investir em materiais genéticos melhorados, como azevéns tetraploides (mais produção e maior tempo de utilização) e aveias preta e branca melhoradas;
Utilizar a densidade de semeadura recomendada (quantidade de semente por área);
Fazer um bom preparo de solo, que compreende descompactação, se necessário, e semear em área limpa (dessecada ou preparada de forma convencional);
Fazer adubação de base (na implantação) e de cobertura (nitrogenada), conforme indicada pela análise de solo. O potencial de produção da pastagem está muito relacionado à adubação.

Para garantir alimento no inverno

Recomenda-se que os produtores pensem em alimentos para conservar, como silagem de trigo cevada e triticale, pois grande parte das propriedades possui baixos estoques de silagem de milho, por conta da seca. O trigo BRS Pastoreio é ideal para pastejo (um ou dois pastejos), depois utiliza para silagem. Também existe um material de trigo da Biotrigo. A cevada é outra boa opção para ensilar.

Feno e pré-secados igualmente são opções a serem trabalhadas. Quando há excedente de pastagem, pode-se utilizar para fenação. No caso de pré-secado, usa-se espécies como aveia branca. Ambas são pouco utilizadas na região do Vale do Rio Pardo, mas talvez seja o momento para se pensar em projetos para armazenar alimentos produzidos no inverno. Para fenação e pré-secagem, é preciso estrutura, como conjunto de fenação.

Outro ponto importante é manejar bem a pastagem, trabalhando um sistema de pastejo rotacionado (piquetes) e uma boa adubação de cobertura (adubar quando a pastagem está na fase de produção).

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