Pesquisa desenvolve cultivar de habanero amarela

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma nova variedade de pimenta habanero. Desta vez trata-se de uma cultivar amarela, que se junta as já existentes vermelha e alaranjada. A BRS Araçari foi fruto de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças (DF) e se configura em uma opção de cultivo e, com ela, a possibilidade de os produtores reforçarem a renda pelo aumento da oferta de um produto com características diferenciadas.

A pimenta habanero amarelo se destaca por associar as necessidades dos agricultores às demandas do mercado nacional de pimentas. Com cor e sabor diferenciados e baixa pungência (ardor) é uma cultivar precoce e tem alta produtividade em cultivo protegido (36 t/ha) e em cultivo convencional (13 t/ha), na Região Centro-Oeste. É exigente em calor, tolerante a baixas temperaturas e sensível a geadas. Em regiões mais frias deve ser cultivada, preferencialmente, nos meses de altas temperaturas que favorecem a germinação das sementes, o desenvolvimento da planta e a frutificação.

A planta tem porte elevado facilitando colheitas manual e mecanizada e vem com resistência aos nematoides-das-galhas Meloidogyne incognita, e M. Javanica, pragas que causam danos significativos à cultura. Além disso também tem resistência intermediária a bactérias do complexo Ralstonia, causadora da doença murcha-bacteriana. 

Os frutos apresentam alto teor de vitamina C: 177,4 mg/100 g. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Cláudia Ribeiro, coordenadora do programa, a coloração amarela e o aroma pronunciado dos frutos distinguem a BRS Araçari das demais cultivares de pimenta habanero disponíveis no mercado brasileiro e tem potencial para atender o mercado de frutos frescos e nichos de mercado voltados para produtos diferenciados à base de pimentas, como molhos, geleias, chutneys, mostardas, patês e outros.

“Como no Brasil o consumo da pimenta in natura, apesar de crescente, ainda é baixo, as demandas dos agricultores referem-se, de modo geral, à oferta de uma matéria-prima de qualidade, com foco na indústria de processamento”, revela a pesquisadora.

A cultivar foi desenvolvida para o cultivo convencional e encontra-se em processo de avaliação em cultivo orgânico para que, conforme os resultados, possa ser recomendada para produtores que utilizam esse sistema de produção.