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Pesquisa garante cultivo da banana no Mato Grosso - Novas variedades resistem à Sigatoka Negra


A extinção da banana, anunciada há alguns meses, está longe de tornar realidade no Brasil, principalmente em Mato Grosso. A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural S/A (Empaer), em parceria com a Embrapa está produzindo de forma experimental em Cáceres e no laboratório de Várzea Grande, mudas geneticamente melhoradas, frutos de cruzamentos de linhagens e variedades. Das 21 experimentadas no estado, três estão prontas para serem difundidas entre os pequenos agricultores.

Com os resultados positivos, desde estudo de seis anos, a Empaer inicia em outubro o plantio destas variedades. “A meta é produzir em pouco tempo de 20 mil a 30 mil mudas ao ano”, observa o diretor de pesquisas da Empaer, Antonimar Marinho dos Santos.

As variedades “Caipira”, “FHIA 1” e “FHIA 18”, estão provando ser mais resistentes e tolerantes à principal doença que atinge os bananais brasileiros, a Sigatoka Negra (Mycosfharella fijiensis), que chega a dizimar 100% dos bananais.

“A produção de mudas vai assegurar a oferta da fruta que é a mais consumida no mundo e garantir renda às famílias que desenvolvem esta cultura”, explica Santos.

Em 1998, a Sigatoka depois de passar pelo Amazonas, Acre, Rondônia, chegou a Mato Grosso e atingiu principalmente a região de Cáceres. Atualmente, em função de um controle rígido de fitossanidade na fruta, a produção oriunda de Cáceres e da Baixada Cuiabana estão proibidas de ser comercializadas fora do Estado. Os agricultores escoam a safra basicamente na sua região de atuação.

As maiores produções mato-grossenses de banana, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão

concentradas na região de Cáceres, Vale do Araguaia (Confresa, Água Boa, Novo São Joaquim, Vila Rica, Nova Xavantina) e em Livramento.

Além do fungo que se expandiu pelo estado, a falta de investimentos em tecnologia e a carência de informações técnicas, fizeram com que a área plantada para a safra 2003 fosse reduzida em 68%. Há dez anos foram cultivados cerca de 50 mil hectares, contra os atuais 16,8 mil hectares, que projetam uma produção de 94 mil toneladas. Em 1999 a área plantada era de 34,1 mil hectares que obteve uma produção 21,7 toneladas.

A extinção da banana está descartada, não apenas pelos cruzamentos de linhagens, como também pela pouca quantidade de genes que compõem a fruta. Essa estreita base genética não permite a destruição de uma espécie.

PREJUÍZOS – Os técnicos recomendam até 56 aplicações de fungicidas a base de “mancozeb” ao ano no bananal. “Os custos, muito alto, variam de plantação e da gravidade do ataque. As três variedades que se adaptaram ao estado vão com certeza reduzir custos e facilitar o manejo" argumenta Santos.

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