CI

Pesquisa mostra que Classe Média brasileira quer casa própria e estudar

Aspirações do meio rural e urbano são muito parecidas


A pesquisa mostra que, em alguns aspectos, as aspirações da classe C do meio rural e urbano são muito parecidas

Comprar a casa própria e estudar. Essas são as principais aspirações da nova classe média brasileira, a chamada classe C, que ascendeu socialmente nos últimos anos em função do crescimento econômico do País e representa, hoje, 55% da população. É o que mostra pesquisa encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), para avaliar o perfil dessa nova classe social, apontada por especialistas como público potencial em termos de consumo de bens e serviços.

A pesquisa mostra que, em alguns aspectos, as aspirações da classe C do meio rural e urbano são muito parecidas. “Cerca de 81% das pessoas consultadas disseram que pretendem comprar a casa própria nos próximos meses. O maior sonho para a classe média continua sendo o de ter a casa própria”, afirma a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, sobre a pesquisa encomendada ao IPESPE. Esse é o desejo de 21% dos entrevistados da área urbana e de 20% da área rural. Para realizar a pesquisa, foram ouvidas 2 mil pessoas da Classe C, que, pelo critério de renda adotado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), têm renda familiar que varia de R$ 1.200 a R$ 5.200.

A educação, fator essencial para alcançar novas oportunidades profissionais, também é uma das prioridades para a classe C, seja no campo ou na cidade. Estudar é prioridade para 13% dos entrevistados da área urbana e para 17% dos entrevistados da área rural. Neste contexto, onde a informação e o conhecimento estão atualmente disponíveis no meio virtual, o acesso da classe C à internet é menor nas áreas rurais. De forma geral, 49% dos entrevistados da classe C acessam a internet, sendo que na área urbana esse índice é de 52% e na área rural é menor, de 28%.

Para obter dados mais precisos, o IPESPE segmentou a nova classe média em três grupos: C tradicional, C mais e C menos. A classe C tradicional, como a própria classificação sugere, é a que já se sentia classe média. Esse grupo responde por 41% da classe C. No segundo grupo está a classe C mais, que corresponde a 39% desse segmento. “É esse grupo que sente mais fortemente que as condições melhoraram. Eles estão extremamente satisfeitos com o País e têm muitas esperanças de novos avanços”, afirma a senadora.

A pesquisa identificou que é na classe C menos, que corresponde a 20% do segmento, onde estão os principais problemas. A pesquisa mostra que essa classe ascendeu socialmente, mas que continua enfrentando uma série de dificuldades, inclusive em termos profissionais. “Esse grupo é menos escolarizado e por isso aproveita menos as oportunidades criadas nos últimos anos. Eles precisam se habilitar”, afirmou.

Diante desses diferentes perfis, a constatação é que a classe C não pode ser tratada de forma homogênea, o que exige do Governo Federal a elaboração de políticas específicas para cada um desses três segmentos. “Para a classe média rural, é preciso uma política de extensão diferenciada, que garanta o acompanhamento das atividades desenvolvidas em cada propriedade rural”, afirmou a presidente da CNA. Também é preciso considerar as diferentes necessidades da população que vive nas cidades e na área rural. A pesquisa mostra que 88% da classe C vive em áreas urbanas e 12% em áreas rurais. Na população brasileira em geral, 84% vivem em áreas urbanas e 16% em áreas rurais.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.