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Pesquisa permite etanol a partir de bagaço de cana

Com uso de enzimas é possível desenvolvimento de etanol a partir do bagaço e da palha


Foto: Arquivo Agrolink

A Embrapa Agroenergia (Brasília/DF) comemora o desenvolvimento de etanol a partir do bagaço e da palha de cana-de-açúcar. O processo foi possível a partir de uma mistura de enzimas, produzidas a partir de três microorganismos, que desconstroem a biomassa da planta e retiram o açúcar que virá a ser biocombustível.

A notícia é importante para impulsionar a chamada indústria do etanol de segunda geração (E2G), aquele fabricado com o que sobra da produção convencional. As operações para produção do etanol de segunda geração resultam em uma emissão de gases significantemente menores que o etanol convencional, além de possibilitar aumento de produção de biocombustível com a mesma área plantada. Um estudo de impacto do coquetel estimou que uma usina com capacidade de produção anual de 70 mil toneladas de E2G será capaz de obter ganhos da ordem de R$ 50 milhões por ano. 

100% nacional

O mesmo coquetel enzimático ainda pode ter sua aplicação expandida para outros setores, como as indústrias de rações e têxtil, e colocar o Brasil no mercado bilionário de produção de enzimas. Segundo um estudo da BBC Research o mercado mundial de enzimas em 2020,deve chegar a quase US$ 1 bilhão, com taxas de crescimento anuais de 10,4%.

A maior parte das enzimas que compõem o coquetel enzimático CMX foi obtida a partir de microrganismos da biodiversidade brasileira. “Estamos produzindo um coquetel com tecnologia 100% nacional, um produto de alto valor agregado, que valoriza os nossos recursos genéticos e poderá ser produzido no próprio ambiente industrial”, destaca a pesquisadora da Embrapa Betania Quirino.

As enzimas oferecem vantagens em escala industrial como o fato de serem biodegradáveis e atuarem em condições brandas de temperatura e pressão, o que poupa energia em processos de produção. 

Agora a Embrapa Agroenergia busca por empresas que queiram fechar parceria no codesenvolvimento de processos e produtos. No caso do mercado de enzimas, os pesquisadores procuram parceiros capazes de produzir o coquetel em escala industrial, aumentando a concentração de enzimas no meio de produção e realizando testes de aplicação em escala piloto. 
 

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