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Pesquisa quer evitar ácaros na soja

Até o momento em torno de 10 proteínas específicas do ácaro já foram identificadas


Foto: Eliza Maliszewski

Os ácaros são organismos minúsculos que se alimentam das células da folha da soja, reduzindo a fotossíntese e a produção de energia pela planta. Os ataques intensos podem reduzir a produção da lavoura e ocorrem principalmente em tempos de estiagem.

Um estudo desenvolvido pela Universidade do Vale do Taquari (Univates), com sede em Lajeado (RS) busca novas formas de controlar os ácaros nas lavouras de soja. O trabalho ocorre no  Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) e pretende selecionar proteínas específicas de um ácaro considerado praga para as plantações de soja. 

Os pesquisadores querem identificar novos compostos com atividade acaricida, de preferência compostos naturais, que sejam seletivos e ajam apenas no ácaro praga, e não no seu hospedeiro, ou seja, sem prejudicar a planta de soja. Assim, o acaricida agiria nas proteínas, inibindo sua ação e, consequentemente, provocando a morte do ácaro. 

A seleção dos ácaros é feita por meio da bioinformática, área da ciência que usa dados computacionais para estudos biológicos. O professor Luiz Fernando Timmers explica que a técnica deixa o processo mais rápido e barato. “Podemos comparar os genomas de diferentes organismos, no nosso caso, de ácaro, humano, soja e abelha, e selecionar as proteínas que são específicas do ácaro. Posteriormente, procuramos por compostos capazes de inibir essas proteínas, o que teria um efeito acaricida”, relata. 

Até o momento em torno de 10 proteínas específicas do ácaro já foram identificadas, e atualmente está sendo testada a capacidade de inibição de alguns compostos naturais. “Da mesma forma que não prejudicaria a planta da soja, o acaricida não prejudicaria o homem, que consome o grão, e as abelhas, que são um importante indicador de controle ambiental”, conta o professor Raul Antonio Sperotto.

Além dos professores Luis Fernando Saraiva Macedo Timmers e Raul Sperotto, participam da pesquisa a bolsista de iniciação científica Camila Rockenbach da Silva, aluna do curso de Ciências Biológicas, que trabalha no processo de expressão e purificação de uma das proteínas em estudo; e a mestranda Kettlin Ruffatto, do PPGBiotec, que realiza os estudos de interação das proteínas com os compostos mais promissores. A pesquisa também conta com a colaboração do pesquisador Maksymilian Chruszcz, do Departamento de Química e Bioquímica da University of South Carolina, EUA. 
 

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