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Pesquisa visando o aprimoramento genético da aveia preta ganha reconhecimento nacional

Aveia preta vem ganhando espaço no cenário agrícola


Considerada uma alternativa técnica e economicamente viável para o cultivo no inverno, a aveia preta vem ganhando espaço no cenário agrícola. Atualmente, é a espécie de cobertura de solo mais utilizada no sul do Brasil, com potencial de expansão para o Brasil central.

De acordo com a coordenadora da unidade de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, a aveia preta está deixando de ser vista apenas uma opção para não deixar o solo descoberto nos meses frios, passando a ter uma representatividade comercial cada vez maior, podendo ser utilizada para a produção de forragem verde, feno, silagem, produção de sementes e cobertura.

Atenta a este contexto, a doutoranda Sílvia Ortiz Chini, do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade de Passo Fundo (PPGAgro/UPF), está desenvolvendo, desde 2013, um projeto intitulado Caracterização fitoquímica, bromatológica, anatômica e física de germoplasma de aveia-preta: subsídios à seleção de linhagens para forragem e ou produção de palha.

Mesmo ainda não finalizada, a pesquisa já está lhe rendendo reconhecimento nacional. Sílvia foi agraciada com o 1º Lugar na categoria pós-graduação na premiação promovida pela XXXIV Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Aveia, realizada em Castro (PR) no mês de março de 2014. Na ocasião, ela apresentou o trabalho denominado Decomposição de palhada de aveia preta como subsídio para seleção de materiais para cobertura de solo em plantio direto, que é uma parte do projeto da sua tese de doutorado.

O estudo da doutoranda visa identificar se há ou não variabilidade em germoplasmas de aveias pretas quanto ao valor nutritivo, composição de palha e decomposição do resíduo cultural. “Caracteres anatômicos, fotoquímicos, bromatológicos e físicos, que possam auxiliar na verificação de potencialidades inerentes a cada material, podem ser úteis ao melhoramento da espécie e auxiliar na seleção de materiais mais competitivos para determinado objetivo: forragem e/ou produção de palha. Desta forma, o objetivo principal é selecionar caracteres fitoquímicos, bromatológicos, anatômicos e físicos de germoplasma de aveia preta para subsidiar o melhoramento genético da espécie para aptidão forrageira e/ou produção de palhada para o sistema de plantio direto”, explica Sílvia.

Até o momento, os resultados obtidos indicam a existência de diferenças na velocidade de degradação dos resíduos culturais dos materiais de aveia preta, o que poderá permitir a seleção de linhagens com maior aptidão à cobertura de solo.

O material genético que está sendo avaliado é oriundo de uma parceria firmada entre a Agroalpha e a Fundação Pró-Sementes. De acordo com João Francisco Sartori, sócio gerente da Agroalpha, o apoio a esta pesquisa acadêmica é muito importante para a empresa, pois as informações geradas são de interesse do agricultor. “Com isso, poderemos informar não apenas dados referentes ao rendimento das cultivares de aveia preta, como também seu valor nutricional e qualidade da palha”, afirma Sartori.

As cultivares de aveia preta resultantes do trabalho de melhoramento genético da Agroalpha são licenciadas com exclusividade pela Fundação Pró-Sementes. A entidade também é responsável por toda a experimentação destes materiais a campo, desde a condução de populações segregantes a condução dos Ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCUs) e multiplicação de semente genética.

Para a pesquisadora da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, a parceria com a Agroalpha vem rendendo bons frutos, sendo esta considerada a empresa de maior expressividade no mercado nacional de aveias pretas. “Esperamos que, com a pesquisa que está sendo desenvolvida, possamos reunir informações do tipo de estrutura, composição química e nutricional existente nos materiais. Estes dados irão nos auxiliar no posicionamento dos materiais que estamos promovendo, podendo direcioná-los para cobertura ou fornecimento de forragem”. “Nosso objetivo é disponibilizar aos produtores materiais diferenciados e que agreguem valor à espécie”, conclui Kassiana.

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