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Pesquisador alerta para possível queda na próxima safra de cana

O especialista diz ainda que é preciso antever para o problema já mesmo na hora do plantio


O especialista diz ainda que é preciso antever para o problema já mesmo na hora do plantio

A safra 2016/2017 de cana-de-açúcar produzida pelo Brasil deverá chegar a 691 milhões de toneladas, com um aumento de 3,8% em relação à safra anterior, quando foram colhidas 665,6 milhões de toneladas, conforme dados da Companha Nacional de Abastecimento (Conab), sendo considerada a maior já colhida no país. Contudo, apesar dos números positivos, de acordo com Pedro Jacob Christoffoleti, pesquisador da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), um problema cresce e já está gerando queda na produtividade, trata-se do aumento de plantas daninhas nos canaviais em função da mudança de colheita manual e, consequentemente, queima de palha da cana para a colheita mecanizada, definida pelo Protocolo Agroambiental para acontecer até 2017.

Conforme o pesquisador, o fim das queimadas foi um avanço nos impactos ambientais causados pelo cultivo, mas abriu espaço para incremento das plantas daninhas da classe das folhas largas, como mamona, mucuna, merre-mias, cordas-de-viola, bucha, entre outras, que raramente eram vistas nos canaviais. Conforme o pesquisador explica em artigo publicado recentemente, se estas ervas não foram combatidas da forma correta, podem rapidamente infestar as áreas cultivadas de cana e causar sérias consequências.

Segundo ele, outro fator de risco causado é a queda de produtividade, comum em todas as lavouras cujo controle das folhas largas foi inadequado durante os tratos culturais. Atualmente, as “reboleiras” - como são chamadas os focos de ervas no meio do canavial -podem causar redução no resultado da safra 2016/2017 na maioria das unidades de produção de cana do país. O especialista diz ainda que é preciso antever para o problema já mesmo na hora do plantio, para que estas folhas largas não infestem o canavial e tomem proporções que dificultem o controle. Assim, conforme Pedro Jacob, para enfrentar este novo desafio, os produtores de cana-de-açúcar precisam se preparar para fazer o manejo das plantas daninhas folhas largas de difícil controle da forma correta até o fechamento do canavial.

Mato Grosso produziu na safra 2014/2015 de cana de açúcar 17,105 milhões de toneladas, o volume equivale a 2,66% das 642,095 milhões de toneladas produzidas no Brasil. Levantamento de safra da cultura, divulgado nesta sexta-feira (19) revela que a produção de açúcar caiu 0,93% em comparação a safra passada. Já a produção de etanol hidratado (para abastecer veículos flex) subiu 9,76%, enquanto a de anidro (para misturar na gasolina) caiu 6,24%.

A produção de cana de açúcar em Mato Grosso cresceu apenas 0,90% em comparação ao ciclo 2013/2014, conforme o Acompanhamento da Safra 2014/2015 de Cana de Açúcar, divulgado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). A área destinada para a cultura foi de 226 mil hectares, extensão 5% menor que a do ciclo passado. Já a produtividade registrou alta de 6,20% ficando em 75,7 mil quilos por hectare.

Segundo a Conab, 3,096 milhões de toneladas foram destinadas para a produção de açúcar. Ao todo na safra 2014/2015 foram produzidas 408,7 mil toneladas de açúcar. Para a produção de etanol foram utilizadas 14,009 milhões de toneladas de cana de açúcar, que resultaram em 1,125 bilhão de litros de etanol, sendo 506,09 milhões de litros em etanol anidro e 619,24 milhões de litros em etanol hidratado.

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