Pesquisadores invertem sexo de embrião no ovo; de fêmea para macho
Foi apenas uma experiência científica. De toda forma, pesquisadores obtiveram sucesso ao manipular o embrião de um ovo de galinha
Os autores da peripécia são cientistas da Universidade de Hokkaido, no Japão, liderados por Asato Kuroiwa, professor associado especialista em estudos sobre os mecanismos determinantes do sexo e evolução sexual dos cromossomas. Mas em mamíferos.
Neste caso, ao efetuar pesquisas em galinhas, a equipe de Kuroiwa descobriu nas aves um gene (batizado de cHEMGN) homólogo ao gene mamífero que desempenha papel importante no desenvolvimento das células produtoras de sangue. Mas o cHEMGN, constatou-se nas pesquisas, tem uma função adicional: transformar em testículos as gônadas de um embrião de galinha.
A partir daí, usando técnicas especiais, os pesquisadores aumentaram a presença do cHEMGN em ovos de galinha e constataram que gônadas originalmente destinadas a se transformarem em ovários acabaram se transformando em testículos. Com o método desenvolvido os pesquisadores transformaram, experimentalmente, 33 ovos “fêmeas” (isto é, geneticamente preparados para produzir pintainhas) em ovos “machos”.
Mas esse, na verdade, não era o principal objetivo da pesquisa e sim o seu reverso. Ou seja: produzir pintainhas a partir de ovos geneticamente desenvolvidos para produzir machos. O que, se conseguido, vai potencializar a avicultura de postura, pois irá eliminar a figura (neste caso indesejável) do pinto macho.
Os experimentos, portanto, prosseguem. Mas os resultados do que se obteve até agora estão relatados no journal “Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America” (PNAS). Clique aqui para acessar um resumo da matéria. Ou aqui para conhecer a pesquisa na íntegra.
No diagrama abaixo, publicado pelo diário japonês Yomiuri Shimbun, uma demonstração do processo adotado pelos pesquisadores de Hokkaido. Ou, como simplificou o jornal, “Método para transformar em macho um pinto fêmea não incubado”.
