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Péssimas condições das rodovias geram perdas em MT


As péssimas condições das rodovias em diversas regiões do país estão contribuindo para o aumento do desperdício de grãos durante as viagens das carretas desde as lavouras até aos portos de exportação. No caso de Mato Grosso, são mais de dois mil quilômetros a percorrer até aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Quando o destino é o terminal de embarque ferroviário de Alto Araguaia (450 quilômetros ao sudeste de Cuiabá), a distância cai pela metade. Mesmo assim, não deixa de gerar prejuízos.

De acordo com os estudos, as vias que recebem 59,2% da produção nacional têm as piores condições de uso entre os modais. Os dados demonstram a predominância do transporte rodoviário no país. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 75% das estradas estão em estado péssimo, ruim ou regular. Seja pelo asfalto danificado, seja pela falta de sinalização.

"Todos os modais de transporte estão com problemas, mas a pior situação é, sem dúvida, das rodovias. É preciso que o Ministério dos Transportes cuide da logística e não só de obras", afirmam os técnicos.

Os investimentos públicos em rodovias estão aquém do reclamado pelo setor privado. Foram R$ 11,7 bilhões nos últimos quatro anos, média anual de R$ 2,9 bilhões. Segundo os estudos, são necessários R$ 13 bilhões por ano - entre recursos públicos e privados - durante cinco anos para recuperar a malha rodoviária.

O percentual ainda é alto se comparado a países como os Estados Unidos, onde os gastos com logística de transportes correspondem a 8% do PIB (Produto Interno Bruto). Os técnicos avaliam que não adianta só tapar buraco. É preciso investir.

No país, existem 1,7 milhão de quilômetros de rodovias. Apenas 196 mil são pavimentados. Apesar de as principais estradas serem de asfalto, corredores importantes ainda são de terra, sobretudo nas regiões Norte e Centro-Oeste. É o caso da BR-163 (Cuiabá-Santarém). Aberta no início dos anos 70, a rodovia poderia escoar grande parte da produção do norte de Mato Grosso pelo porto de Santarém (PA), mais próximo da Europa do que portos do Sul do Brasil.

Contudo, mesmo constando da lista de prioridades de sucessivos governos, a BR-163 ainda tem 953 quilômetros sem asfalto. "Santarém tem um belo porto esperando por carga, mas continuamos escoando a soja do Mato Grosso por Santos porque não tem estrada".

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