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Petrobras inicia reformas em duto visando exportação de álcool

A companhia está adequando instalações que já possui entre SP e RJ para começar a usá-las com o combustível derivado de cana


Reuters - O projeto da Petrobras de construção de uma grande estrutura para exportação de álcool já começou a sair do papel. A companhia está adequando instalações que já possui entre São Paulo e Rio de Janeiro para começar a usá-las com o combustível derivado de cana, afirmou nesta terça-feira (06-03) o diretor de dutos e terminais da companhia, Marcelino Guedes.

As obras fazem parte da chamada fase zero do grande projeto da Petrobras, que prevê a criação de um duto ligando Senador Canedo (GO) até São Sebastião (SP). A companhia pretende tornar-se uma grande agente no mercado internacional de álcool nos próximos anos.

"As obras estão em andamento, na adequação de estruturas que já existem", disse Guedes em intervalo da Feibio, feira do setor de bioenergia que ocorre em paralelo à Feicana, exposição do setor sucroalcooleiro.

Estão sendo investidos 30 milhões de dólares nessa etapa, que prevê, por exemplo, a instalação de bombas para garantir maior vazão no duto que hoje é usado para gasolina e diesel entre Paulínia (SP) e Ilha D" Água (RJ).

A previsão é que essas obras sejam concluídas em 2008, permitindo escoamento de até 4 milhões de metros cúbicos/ano de álcool.

Guedes afirmou que até o fim de 2007 terá início a fase seguinte do projeto (conhecida como A), com a duplicação do trecho Paulínia-Guararema (SP), que hoje está com a capacidade praticamente tomada (98 por cento) com gasolina.

Essa segunda fase, cuja construção deve ser iniciada no fim de 2007, com duração prevista até o fim de 2009, deve absorver investimento de 180 milhões de dólares. Esse novo duto serviria exclusivamente para o transporte de álcool.

"Nosso objetivo é ter um sistema todo lastreado para álcool. Ninguém tem isso; nem os EUA têm", observou o diretor.

O investimento total da Petrobras no projeto do duto de Goiás a São Paulo está estimado em 1,1 bilhão de dólares. Mas apenas as duas primeiras fases já receberam aval da diretoria, segundo Guedes.

Ele afirmou que o custo relativamente reduzido de outros modais no Brasil torna um duto economicamente viável apenas se percorrer uma distância superior a 200 km e se forem escoados por ele pelo menos 2 milhões de metros cúbicos/ano. Segundo Guedes, o transporte rodoviário no Brasil é três vezes mais barato que o existente nos EUA, e o ferroviário é 30 por cento mais barato.

"Se (os produtores de álcool) não viabilizarem volume, não vamos viabilizar logística no Brasil", disse ele, acrescentando que as próximas fases do alcoolduto ainda dependem do aumento na oferta do combustível e dos contratos no exterior.

A previsão da Petrobras é que, até 2011, pelo menos, não haja exportação de álcool em grande escala pelo Brasil.

Dentro da estratégia traçada pela companhia de atuar fortemente no mercado internacional, também estão sendo examinadas as possibilidades de instalação de terminais no Caribe e Ásia --executivos da Petrobras têm visitado essas regiões para prospectar oportunidades-- e de construção de navios de grande porte para uso exclusivo com álcool.

No fim de sua apresentação, Guedes citou que a Petrobras está com um "stand" na feira e que esperava receber a consulta de usinas para possíveis negócios. "Queremos fechar contratos com o setor produtivo", afirmou.

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