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Petrobras negocia venda de álcool para térmicas no Japão

É uma nova frente que vai se somar à venda do álcool combustível


Reuters - A Petrobras está negociando com térmicas no Japão a venda de álcool brasileiro naquele mercado, uma nova frente que vai se somar à venda do combustível para ser misturado à gasolina, informou o gerente-executivo de Abastecimento, Paulo Maurício Cavalcanti Gonçalves.

"Os passos estão adiantados", disse Gonçalves em palestra para empresários do setor nesta quarta-feira, "...estão sendo feitos testes aqui (Brasil) e lá (Japão) para avaliar o processo", complementou ele, após palestra promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip).

Segundo ele, as térmicas japonesas envolvidas na negociação representam 45% da energia gerada no Brasil, ou cerca de 40 mil megawatts. O volume de álcool a ser vendido, no entanto, ainda depende de avaliações, explicou.

Ele informou que os testes no Japão estão mais adiantados que no Brasil, "já estão na modelagem de turbinas", e que a nova janela não deve alterar o volume previsto para exportações gradativas a partir do Brasil de 3,5 bilhões de litros por ano no período entre 2008-2011, segundo o Plano Estratégico da companhia 2007-2011.

A japonesa Mitsui é parceira da Petrobras na empreitada, segundo Gonçalves, e deverá financiar produtores brasileiros de álcool para garantir o volume de exportação. A Petrobras cuidará da logística no Brasil e no Japão, onde tem uma joint-venture com a Nippon Alcohol Hanbai para comercialização de álcool naquele país.

"A Mitsui entra finaciando para garantir que terá álcool para exportar mais à frente", explicou o executivo, descartando mais uma vez a entrada na Petrobras na produção de álcool, "só faremos a logística", ressaltou.

Tancagem

Para completar a logística e seguindo uma tendência de aumentar a sua vocação de "trader" no mercado internacional, a Petrobras negocia no Japão e em outros países o arrendamento de capacidade de tancagem.

"Estamos buscando aumentar nossa operação de trading e estamos vendo tancagens no Panamá, na Europa, de forma muito incisiva e também no Japão, onde está mais adiantado por causa do álcool", revelou Gonçalves.

Os investimentos não serão muito altos, segundo o executivo, mas terão por objetivo facilitar a venda de combustíveis produzidos no Brasil ou por terceiros ao mundo.

"Grandes players como Shell, BP, produzem cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo e vendem 10 milhões de barris. Temos que vender mais do que produzimos para aumentar a nossa presença no mercado", explicou o gerente.

Atualmente a Petrobras já atua na venda de combustíveis produzidos por terceiros, conhecida como off-shore (porque não passa pelo país) mas em volume pequenos. "Vendemos, por exemplo, óleo combustível para Cingapura produzido em outros países", informou.

O executivo confirmou também negociações para a compra de uma refinaria de petróleo no Japão, "de porte não muito grande", mas disse que ainda não há nada definido e conversas estão se desenvolvendo também em outras países da Ásia, na Europa e nos Estados Unidos.

"Essa definição (do local da próxima refinaria fora do Brasil) deve ser divulgada no primeiro trimestre de 2007", estimou.

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