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Pilotos de vários estados participam de curso de combate a incêndios

Aulas são prévia do Congresso Nacional de Aviação Agrícola, que começa na quarta-feira e vai até sexta, na capital mato-grossense


Trinta e cinco pilotos agrícolas, de vários Estados participaram do curso Qualificação em Combate a Incêndios, na Estância Santa Rita, em Cuiabá, Mato Grosso. As aulas teóricas ocorreram no final de semana. Na segunda e a terça-feira, últimos dias de curso, serão para as atividades práticas. A primeira prática será de reconhecimento de terreno e da área de incêndio. Já a terça-feira será de simulações de ataque às chamas (os aviões vão lançar água em áreas sinalizadas com bandeiras junto à pista).

O curso é uma prévia do Congresso Nacional de Aviação Agrícola, que começa na quarta-feira (17) e vai até sexta, no Hotel Fazenda Mato Grosso Grosso (Rua Antonio Dorileo , 1100 , bairro Cophema).

As atividades são promovidas pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). A palestra da manhã está a cargo do chileno Raul Ramirez, que trabalha com aviação agrícola e combate a incêndios com aviões desde a década de 60. Ramirez está abordando temas como características do trabalho, sistemas de alerta e comunicação, infraestrutura de apoio às operações e equipamentos especiais para combate a incêndio.

A parte da tarde estará a cargo da representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mônica Sarmento. Ela vai falar sobre comportamento do fogo, retardantes e supressantes de incêndios e agentes extintores.

DIFERENÇAS
Segundo o instrutor Raul Ramirez, “um bom piloto florestal (de combate a incêndios) nasce de um bom piloto agrícola”. Enquanto que no Brasil os aviões agrícolas que pulverizam lavouras e combate a incêndios são os mesmos, no Chile , já há uma certa diferenciação. “Como há grandes áreas de florestamento de empresas privadas, essas firmas preferem pagar para ter os aviões maiores, com capacidade de até 2 mil litros (de água ou agente extintor), à sua disposição.”
Porém, ele lembra que no Chile existem em torno de 25 aviões de pulverização. No Brasil, são 1,4 mil aeronaves operando (a segunda maior frota do mundo). “No Brasil, é possível fazer um trabalho massivo com as aeronaves pequenas (com capacidade de 600 litros)”.
Sobre as diferenças entre lavoura e incêndio, Ramirez cita principalmente a rotina em uma organização completa. “Na operação agrícola, a empresa praticamente trabalha sozinha. O piloto tem tempo para corrigir falhas e se sabe de antemão o tempo que o trabalho vai levar. Na operação de combate a incêndio, há mais pilotos envolvidos e há uma coordenação mais vertical. Ou seja, o piloto se enquadra em um organograma com um fluxo de comunicação mais intenso.” Além disso, não há prazo para o término do trabalho e, diferente da pulverização agrícola, a carga contra incêndio é despejada de uma vez, sem margem para erro.

TÉCNICAS E FERRAMENTAS
Na palestra da tarde, a instrutora Mônica Sarmento vai abordar desde os princípios físicos e químicos do fogo até os fatores ambientais que influenciam o comportamento dos incêndios florestais. “Vamos falar sobre o que pode levar um incêndio a assumir grandes proporções, seu potencial de dano e outros aspectos.” A palestra de Mônica também vai abordar os produtos hoje existentes que, adicionados à água, ajudam a combater as chamas ou evitar que elas se espalhem.
Mônica é fiscal federal do Mapa e tem sua base em São Paulo. Ela é instrutora de aviação agrícola desde 1983. “O combate a incêndio com aeronaves existe no mundo desde 1931. No Brasil, essa técnica chegou bem depois. Na verdade, ainda estamos aprendendo, embora já se tenha no País bons exemplos de técnicas e equipamentos bem empregados”, ressalta.

HABILITAÇÃO
Conforme o presidente do Sindag, Júlio Augusto Kämpf, que fez a abertura dos trabalhos de ontem, a idéia é que o currículo repassado em Cuiabá sirva de base para as escolas de aviação espalhadas pelo País. Por lei, o combate a incêndios com uso de aeronaves é uma prerrogativa das empresas de Aviação Agrícola e, legalmente, seus pilotos já são habilitados para isso. “É por isso que esse curso é de qualificação e não de habilitação.” Kämpf ressalta que a meta do Sindicato aeroagrícola é aprimorar o ensino nos Cursos de Aviação Agrícola (CAVAGs).

A questão tem sido tema de encontros entre as diretorias do Sindag e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). “Há um consenso de que esse aprimoramento é necessário. E estamos caminhando para oficializar esse currículo”. As informações são da assessoria de imprensa do evento.

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