Pinhão vira alimentação para o gado em Santa Catarina

O produtor Acy Sebastião Rodrigues, de 67 anos, encontrou alternativa para diminuir os prejuízos com os 25 mil quilos de pinhão, estocados por causa da falta de frio. Ele preparou uma mistura para ser dada às 15 cabeças de gado. Feita com casquinha de soja, farelo de arroz e sal mineral, tem apresentado resultado positivo. Outros produtores começaram a aplicar a idéia. Há 20 dias, o produtor alimenta o gado e os suínos com cerca de 150 a 200 quilos por dia da mistura. Ele não descarta a possibilidade de distribuir o produto para escolas e colégios da região. Rodrigues mora no Km 22, da SC-438, às margens da rodovia, no município de Painel (SC). O pinhão é comprado dos produtores da região. "Em abril compramos o produto por R$ 0,80 o quilo e quando baixou para os R$ 0,30, parei porque não dava mais lucro", lamentou o produtor. Acy Sebastião Rodrigues afirma que dentre os principais motivos para o estoque alto estão o tempo quente e grande quantidade de pinhão no mercado. "Há 10 anos eu nunca tinha visto uma produção tão grande. Tudo o que é demais encalha no comércio", afirma. O pinhão é uma semente com um valioso teor nutricional. A polpa é formada basicamente de amido. Rica em vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas. Alternativa garante a engorda do rebanho Uma análise feita no Laboratório de Nutrição Animal da Estação Experimental de Lages da Epagri constatou que a amêndoa do pinhão crua sem a casca dá à semente a qualidade de um alimento super calórico. É rico em carboidratos e fonte de energia. Ele tem 50,8% de água e 2,6% de minerais. "O alimento favorece o ganho de peso do gado", analisa a técnica química Maria Cássia de Lourdes Colombo Alves, do Laboratório de Nutrição Animal da Estação Experimental de Lages da Epagri.