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Pintos de corte: em abril, o menor volume real do primeiro quadrimestre

Números da APINCO revelam que em abril passado a produção brasileira de pintos de corte ficou próxima dos 541 milhões de cabeças


Números da APINCO revelam que em abril passado a produção brasileira de pintos de corte ficou próxima dos 541 milhões de cabeças – volume que representou redução de 3,65% sobre o mês anterior, mas que superou em 2,61% a produção do mesmo mês do ano passado.

Esses números, entretanto, referem-se à produção nominal, levando em conta o mês cheio, independente do número de dias. Pois, considerada a produção real – o volume diário produzido – o que se constata é uma redução pelo segundo mês consecutivo, concluindo-se que o maior volume do ano foi registrado em fevereiro e que em abril, opostamente, chegou-se ao menor volume produzido desde dezembro de 2015.

Mesmo assim, o total acumulado no ano – pouco mais de 2,2 bilhões de pintos de corte - apresenta alto índice de expansão (+5,5% em relação ao mesmo quadrimestre do ano passado), contradizendo as informações de que, frente aos elevados e crescentes prejuízos enfrentados, vem ocorrendo redução do volume produzido.

A contradição, na verdade, é apenas aparente e, para explicá-la, talvez seja suficiente lembrar que 70% dos nascimentos diários de pintos de abril tiveram sua incubação iniciada no mês de março, ocasião em que ainda se acenava com a possibilidade de recuo no preço do milho.

Como isso não ocorreu e a situação apenas se agravou, o mais provável é que o processo de redução tenha sido desencadeado a partir das primeiras incubações de abril. E, neste caso, o processo incidiu apenas sobre 30% dos nascimentos do mês (pintos incubados entre os dias 1 e 9 de abril). 

Alguma indicação de que isso tenha efetivamente ocorrido? Sim. No momento estamos a exatas nove semanas dessas incubações (exemplo: ovos incubados em 4 de abril = pintos nascidos em 25 de abril = frangos, com 42 dias, em 6 de junho). E o mercado de frangos dá, finalmente, os primeiros sinais de reversão.

Claro, há outros fatores envolvidos nessa reversão, como a valorização do boi e do suíno (fator sazonal) ou o período de pagamento de salários. Mas, sem dúvida, já há um menor volume em criação. E essa redução tende a se intensificar à medida em que o ano avança, mesmo porque vai ser preciso uma sensível queda na oferta até que se alcance, novamente, equilíbrio entre custos de produção e preços recebidos.

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