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Pirataria no campo reduz faturamento de sementeiras

A receita dos sementeiros caiu 30% no ano passado, chegando a R$ 3,6 bilhões


O uso de sementes piratas pela agricultura cresceu e é o maior responsável pela queda do faturamento de produtores de sementes. Segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas, a receita dos sementeiros caiu 30% em 2006, para R$ 3,6 bilhões, ante os R$ 5 bilhões de 2005. A sojicultura, que representa 62% da receita do setor, foi a que mais contribuiu para o cenário negativo. Na safra 2005/06, as certificadas representavam 90% da área plantada, percentual que caiu para 60% na 2006/07.

Produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais são os que mais plantam com semente ilegal. A baixa demanda por certificadas fez seu preço cair 30%.

Pirataria reduz produção em 10,5% e faz preço cair no mercado até 15% no último ano. Redução de preço e disseminação do uso de sementes piratas reduziram em 30% o faturamento dos produtores de sementes no Brasil. Em 2006, a receita foi de R$ 3,6 bilhões. No ano anterior, o faturamento chegou a R$ 5 bilhões. A soja foi a cultura que mais contribuiu para esse cenário negativo, segundo Iwao Miyamoto, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). Ele espera que a fiscalização mais efetiva neste ano minimize o mercado paralelo.

Na safra 2005/06, cerca de 90% da lavoura de soja foram cultivadas com sementes certificadas, percentual que caiu para 60% na 2006/07, segundo Miyamoto. Os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais foram os que mais plantaram a oleaginosa com semente ilegal, de acordo com ele. "No Cerrado mineiro o clima não é tão quente, quanto no Centro-Oeste e, portanto, é mais propício à reprodução das piratas de soja", explica Miyamoto.

Devido à baixa demanda, a produção de sementes de soja caiu 11,3% de 2005 para 2006, de 925 mil toneladas para 820 mil toneladas. A sojicultura representa 60% do faturamento do setor, segundo Miyamoto.O aumento das sementes ilegais no mercado provocaram desequilíbrio na oferta e demanda do insumo, gerando queda de 15,1% nos preços entre janeiro de 2006 e de 2007, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para a soja, essa deflação foi de 30%, segundo levantamento da Abrasem. O quilo custava R$ 1,30 em 2005, valor que caiu para R$ 0,90 no ano passado, segundo Miyamoto. O algodão cultivado no Centro-Oeste também reforçou esse cenário negativo. A estimativa da Abrasem é de que 80% da área de algodão nessa região - 623 mil toneladas, segundo a Conab - foram cultivadas com sementes piratas.

Com isso, a produção do setor também reduziu para a cotonicultura. De 42 mil toneladas em 2005, para 14 mil toneladas em 2006, três vezes menor.

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