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Plantas de cobertura aumentam produtividade do algodão em mais de 30%

Pesquisa da Embrapa na Bahia


Pesquisa da Embrapa realizada em campo experimental da Fundação Bahia (município Luís Eduardo Magalhães) aponta que o cultivo do algodoeiro na sequência de plantas de cobertura eleva a produtividade em cerca de 30%. O rendimento obtido é resultado da melhoria de características físicas e químicas do solo, com melhor aproveitamento da água e formação de biomassa.

“Nos últimos anos, a região Oeste da Bahia vem enfrentando problemas de veranicos prolongados com quedas de produtividade do algodoeiro. Quando esses veranicos ocorrem em estádios de alta demanda de água pela planta, os prejuízos são ainda maiores. Alternativas como a prática do sistema plantio direto (SPD) e o uso de cobertura do solo com biomassa podem minimizar esses problemas, pois diminuem as perdas de água por evaporação, e consequentemente aumentam a eficiência do uso da água do solo pelas culturas”, explica o responsável pelo experimento, pesquisador da Embrapa Algodão Júlio Bogiani.

Para a plantação de cobertura foram utilizadas a braquiária ruziziensis, sorgo granífero, Crotalaria ochroleuca, Crotalaria spectabilis e guandu-anão.  “Tivemos acréscimo de 1.443 quilos por hectare, o que representa um ganho superior a 35% em relação à produtividade da área com monocultivo de algodoeiro em sistema convencional”, conta Bogiani.

De acordo com a Embrapa, a média de produtividade de algodão em caroço na área com cultivo das plantas de cobertura e semeadura do algodoeiro em SPD foi de 5.292 kg/ha, enquanto na área com monocultivo de algodão em sistema convencional a média de produtividade foi de 4.048 kg/ha. Isso significa um acréscimo de 30% (1.243 kg/ha) na produtividade do algodoeiro no sistema plantio direto.

O pesquisador da Embrapa Algodão Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira, aponta outros benefícios aportados pelas plantas de cobertura, como o de minimizar pragas, plantas daninhas, doenças e nematoides para as culturas sucessoras, ciclar nutrientes extraídos das camadas mais profundas e aumentar a capacidade de retenção de água e nutrientes e o potencial produtivo do solo.

Por outro lado, ele alerta para o cuidado na escolha das culturas nos esquemas de sucessão: “Quando o produtor cultiva determinadas culturas em sucessão, pode favorecer as infestações de pragas e doenças na propriedade. É o caso da cultura do algodão, em safrinha, depois do cultivo da soja, muito comum no Cerrado. Esse tipo de sucessão pode aumentar a população de alguns nematoides, insetos e fungos”.

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